segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nota de Natal

Que eu saiba distinguir o efêmero do eterno. Que eu pondere o uso do nunca e do pra sempre. Que eu tenha fé e equilíbrio. Que eu me magoe e me doa o menos possível. Que eu não tenha medo de abrir mão. Que eu saiba o momento certo de recomeçar. Que entre o supostamente racional e o meu coração, eu escolha o que for mais bonito. Que embora tudo tenha dois lados, eu saiba escolher o que for positivo.  Que mesmo depois de chances frustradas eu insista. Que mesmo caindo eu saiba levantar.Que eu encontre nas palavras o melhor caminho. Que eu não desaprenda a amar. Que entre sorrisos e lágrimas eu continue sentindo. Que pelos dias que se seguem permaneça sempre o essencial: aquilo em que acredito.
Que esse Natal seja precursor de boas novas e mudanças. Que haja sempre novas oportunidades de tornar a vida INCRÍVEL.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Já não sei mais o que sinto.

Talvez haja por dentro apenas silêncios ecoando no vazio.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Só (l)

"Nada que o sol não explique/tudo que a lua mais chique/ não tem chuva que desbote essa flor." (Lemiski)


Ando de mãos dadas com o sol, mesmo quando há chuva. Por dentro, me mantenho acesa, o frio externo só eriça meus pêlos, estou aquecida. Nunca me senti tão completa e bem acompanhada, mesmo quando caminho sozinha desviando das poças pela rua vazia.
 
Há sol. Há luz do dia. Há verso. Há amor. Há poesia.


Cuido de mim, melhor companhia, e recebo o que vem com o melhor que posso oferecer: gratidão e alegria.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dias de sol ou dias cinzas: recebo o que vier com alegria.
A vida é um abismo e só vale alguma coisa se você se arrisca a chegar mais perto e mais perto e mais perto, até pular. Viver é o pulo. E é incrível para quem enxerga além do vazio, porque todos possuem asas, mas só se atira e voa quem não tem medo de nada. Eu sou o meu maior perigo. Na linha tênue entre a loucura e a paz de espírito encontro meu equilíbrio. Só quem pula percebe como a vida é feita de riscos. Talvez por isso também seja um tanto mágica.

Em 25/11/2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

"Tudo aos poucos vira dia e a vida - ah, a vida - pode ser medo e mel quando você se entrega e vê, mesmo de longe.
Não, não quero nem preciso nada se você me tocar. Estendo a mão.

Depois suspiro, gelado.

E te abandono."

(Caio F. in Os Dragões Não Conhecem o Paraíso)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ontem

Mas é óbvio que busco a construção diária de novas histórias. Olho nos olhos de quem me olha para extrair alguma lembrança perdida, algum combustível para uma ideia, um pedaço com o qual eu teça retalhos. A escrita é detalhada: a palavra, encantada. Não suporto desperdícios. Sinto calor e quero o mar, o sal na pele, fogo em labaredas, brasa a queimar, chamas acesas. Os dias são quentes, há que se aproveitar. Nunca rejeitei bebidas, tomo o sol com sede, me sacia. E é com vontades irremediáveis que faço poesia.

*

O que te escrevo agora é silêncio.
Para mudar acolho a inspiração e teço linhas bonitas junto com a paisagem. O agora é minha estação. Agradeço por hoje. E por todos os dias que virão.

*

E eu faço preces diárias para que haja felicidade. Pra mim, pra você, pra que todos sejam contaminados com sorrisos. Sei que é difícil, de vez em quando a gente tropeça na melancolia, na tristeza ou na saudade e dá de cara no chão. Mas garanto que é fácil se reerguer quando alguém te dá a mão. E eu sou feliz porque minhas mãos estão entrelaçadas. Quando sobra amizade, garanto, nada falta.

(Em 15/11/2013)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Sol(idão)




Há sóis comigo: estou bem acompanhada.

(Em 25/10/2013)

Domingos

Aprendi a respeitar os domingos e todos os vazios que trazem consigo. Compartilho o meu olhar lânguido e quase sempre sonolento com o pôr-do-sol insuspeitado do dia, tão característico. Há algo de diferente no domingo. Aprendi a compreender a nostalgia típica, os silêncios e os abismos. Gosto um pouco mais dos domingos: eles se parecem muito comigo.

(Em 03/11/2013)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dedicatória

Eu te dedico as minhas memórias, todas aquelas que me remetem ao que fomos um dia, à nossa história. Eu te dedico os filmes que vi, os livros que folheei e as cartas que te escrevi mas não mandei. Eu te dedico a minha saudade, que lateja como uma cicatriz no frio e cinza das tardes. Eu te dedico a chuva que caiu quando você passou pela porta e, sem olhar pra trás, foi embora. Eu te dedico as noites de outubro e as auroras. Eu te dedico a minha solidão, melhor companhia desde sempre, que se faz ainda mais presente agora.
Eu te dedico o cheiro dos nossos lençóis que ainda não lavei. Eu te dedico todas as vezes que me iludi e ainda assim tentei.

Eu te dedico os meus sonhos. Eu te dedico os meus planos. Eu te dedico todo o sofrimento que passei.

Eu te dedico as madrugadas insones. Eu te dedico as lágrimas que insistem em correr. Eu te dedico a minha sanidade e, sobretudo, a loucura de saber que eu amei.

Eu te dedico os meus dias. Eu te dedico a minha vida. 

Vida que é tão mais bonita e melhor sem você.


Para Beth.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Amor






Por terem aguentado crises, pelas mensagens diárias só para saber do meu estado, pela companhia, pelas conversas por email, nos bares, na madrugada antes de dormir, pelas orações de joelho, por dividirem o maço, o choro, a conta, o abraço, pelas risadas, pelas histórias, pelas lembranças, pelas descobertas absurdas, pelas mudanças, pelos segredos, pelas fotografias, pelo encontro de sempre na rua e na vida.

Por terem se conhecido e se amado, pela parte essencial que se tornaram.

Obrigada por terem me resgatado de mim.


"O amor é coragem, é feitiço da sorte
Mas o ponto mais forte é saber se amar."


(Rodrigo Amarante)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Daniel



Daniel Vasquez Zuazo, pelo seu dia.

No dia que eu colocaria meus olhos em você pela primeira vez, tive que esperar. Era fim de expediente de uma terça - feira de abril, eu tinha sido informada que você não iria demorar. Fiquei ali, sentada, mexendo nos curativos que escondiam cicatrizes recentes, tinha medo de causar uma má impressão, afinal de contas, era o meu primeiro dia naquele lugar.

Até que a sala foi invadida pelo cheiro de charuto e você passou pela porta. Com aquela gravata mostarda  e com uma seriedade que por pouco não me deixou assustada. Mas não é disso que eu quero falar. O que mais me impressionou (e reitero mais vezes, caso necessário) foi o seu olhar. Tudo o que envolve seus olhos me encanta. O jeito como os cílios se tocam, como eles fecham quando você sorri ou quando ficam mais claros sob a luz do sol. Eles são expressivos, enigmáticos, sedutores. Retratam com maestria o seu jeito de ser.

Na verdade, tudo que diz respeito a você me encanta. O timbre da sua voz que me acalma e excita, seja falando amenidades, seja melhorando todas as canções que você canta. O seu sorriso, que merecia uma pintura em tela, o seu jeito de gargalhar, que põe um sorriso no meu rosto só por lembrar.

O jeito como você corta o cabelo, que eu odeio, porque não dá para fazer carinho com meus dedos. O cavanhaque que você usa há tanto tempo.

O jeito como você dorme, tão cheio de preguiça. O jeito como você abraça, pois o seu abraço é o mais próximo que alcancei de um lar. O seu beijo, que abarca tantas sensações incríveis, sendo o maior exemplo do que chamam sinestesia. Você passou a ser o meu melhor lugar.

O jeito como você corta palmito, toda vez que me sirvo, é quase impossível não lembrar. O fato de você gostar de figo com queijo e eu odiar misturar. O seu incrível poder de persuasão que me fez ver filme de terror e, pasme, gostar.

O seu gosto musical impecável, o seu jeito de vestir o terno, que eu acho tão engraçado.

O seu vocabulário, a sua história, o seu signo, o seu ronco, o seu humor, o seu ciúme, o seu sinal no canto da boca, o seu jeito de fumar o cigarro, o seu jeito de dirigir o carro, o seu desempenho no trabalho, o seu filho, o seu carinho, o seu descaso, o seu tempo, o que você é.

Viver próximo a você é ter mil motivos para se encantar. E agradecer.

Para o futuro, quero que você seja muito, muito, muito feliz. E te desejo muitos motivos para amar.

Então espero.

(Foi pela espera que pude te encontrar).




quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Açude

Há tanto tempo venho represando meus sentimentos, que a barreira, aos poucos, vai rompendo: tudo por dentro é água; os meus olhos jorram lágrimas.
  

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Gratidão (ou o que vi aos 23)


Sou grata pela poesia, que me resgatou de mim mesma inúmeras vezes. Pelas palavras, que me possibilitam um melhor entendimento sobre aquilo que sinto e vejo. Pelo Deus que não se encerra nas religiões, mas que abraça todos aqueles que, assim como eu, acreditam. Pela fé que me faz acordar e dormir todos os dias com esperanças de ter uma vida sempre boa. Pelas mudanças: de humor, de casa, de emprego; minha suposta instabilidade me faz querer sempre o melhor. Pelos meus amigos, responsáveis pelo meu equilíbrio, sem eles eu não poderia agradecer por nada disso. Pela minha mãe, meu exemplo de dedicação e generosidade, não estou pronta para a maternidade e talvez nunca esteja, mas quero ser um modelo assim para alguém, um dia. Por ter apreendido o verdadeiro significado de família, ohana, nunca abandonar ou esquecer. Pelo Amor, sentimento e vocativo, sem amor eu andaria sem rumo, só o amor faz suportar, sofrer, cicatrizar e reamar. Por amar, simplesmente, sem óbices. A distância separa corpos, não ideais.

Aos 23 anos sou grata por ter aprendido a nunca deixar de agradecer. Muito e de tantas formas. Estou envelhecendo e sou imensamente grata à vida por me transformar a cada dia na pessoa que eu gostaria de ser.


sexta-feira, 6 de setembro de 2013


O vento me ajuda a andar. Balança os galhos das árvores numa despedida do inverno. Faz frio nos dias de setembro. Ouço ruídos através dos vidros, às vezes pressinto que todas as paredes vão desmoronar. A gosto. Estamos deixando muito para trás. Transição, dê boas vindas à nova estação: prima ver o que há. Caminho pelo tapete de folhas espalhadas pelo chão. Não ouso acender um cigarro nessa cidade-solidão, tenho andado muito distraída, pode ser que eu deixe escapar pelos meus dedos as cinzas. Resquícios do que pegou fogo um dia. E apagou em vão.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

De repente o tempo passou e faltam apenas 4 meses para um recomeço. Essa ideia de novo ano é atrativa, embora esqueçamos que cada dia traz consigo outras chances. Novas tentativas. Essa pseudopoesia com um quê de autoajuda é direcionada a você que parece sem rumo. Que acredita ter desaprendido o caminho, achando que a vida confundiu as setas, mudando a direção. As placas sinalizam, a escolha é simplesmente seguir. Ou não. Mas os melhores percursos que trilhei e as maiores lições que tirei nessa estrada, te garanto, foram possíveis porque rejeitei o óbvio. Porque decidi seguir na contramão.

(Em 28/08/2013)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O verdadeiro escritor transforma palavras em possibilidades.

Notas sobre agosto

Jogue fora tudo o que é inútil. Não é possível passar por agosto carregando entulhos; certos pensamentos e sentimentos devem ser devidamente descartados. Esvazie-se. E dê um jeito de arrumar as malas. Fugir é permitido em agosto, embora os carmas desse mês de loucos insistam em te perseguir. Novos ares facilitam o processo árduo de suportar um mês tão arrastado. Durma. Muito. É de suma importância descansar em agosto. Evite falar. Abuse dos silêncios e da solidão. Agosto tende a ignorar palavras. Vale escrever: a escrita é um filtro e permite alguma sanidade em meio a tanta loucura. Let go. Desista, esqueça, se for o caso. Abrir mão é necessário. Pode chorar, se quiser. Pode romper laços e, por um breve instante, deixar de acreditar. Agosto é cético e cinza, de alguma maneira repleta de dor e esquizofrenia te força a mudar. Mas setembro está bem aí. Vamos no reerguer novamente. E mais uma vez tentar.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O meu Rio



Eu ando pelo centro da cidade como se costurasse meus retalhos, remendando memórias, bordando lembranças. Os meus olhos gostam do que veem. Tanto tempo. Quanto tempo. As pessoas continuam desfilando seus ternos, sua formalidade, e ainda assim parecem leves. Garanto, é fácil ser leve no Rio de Janeiro. Há sol. Há vento. Há verde. 
Há lugares para os quais fugimos sempre que há uma brecha no expediente ou mesmo na pausa para o almoço. A cafeteria OK parece mais cheia de gente e tem muito mais quitutes além do delicioso bolo de nozes. A Livraria Arlequim, no Paço Imperial, continua charmosa e possui raridades que vão desde uma coletânea  maravilhosa da Edith Piaf até um marcador de texto incrível com cenas antológicas da Mia Wallace, de Pulp Fiction.

Mas a melhor parte do Rio é que você faz amigos por causa dele. Amigos que são companhia para um museu, para um cinema, para um café, para um barzinho. O Rio é ainda mais leve por causa deles.

Então digo que estou encantada, depois de tanto tempo. Nunca me prendi a essa divisão de lados instaurada por causa da ponte. A vista é bonita aqui. E lá.

Certamente não tenho ponto fixo. Cada canto é um pouco eu. A minha reconstrução repousa  nesses fragmentos. Sou muito de todo lugar.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Eu vou saber

E eu vou saber o amor, em qualquer canto, em qualquer frase dita, em qualquer pedaço de lembrança esquecida, em qualquer lado, na escuridão e no silêncio dos dias. Nas músicas que transformo num meio de te aproximar ou quando choro porque quase ultrapassamos o limite do tempo - ficar tão perto de você, pouco antes de ficar longe, o que esperar...? Esquecemos que o avião é alheio a últimos desejos, ele precisa decolar. E, para você, eu tenho muita sorte no jogo que aprendi há pouco: você afasta qualquer maré de azar. Juntos, apenas bons fluidos. Para nós, apenas o infinito. Eu vou saber o amor. E sentir o cheiro, o gosto, a falta. E o prazer de me sentir completa e feliz. Eu só sei o amor porque acredito. E só sinto o amor porque me rendi.

sábado, 20 de julho de 2013






"Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade"

(Camelo)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A mais bonita







Não, solidão, hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar

Bonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita
Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei

(Chico Buarque)

domingo, 14 de julho de 2013

O que ficou para trás em 2012




Escrever, escrever, escrever sempre. Quem nasceu com as palavras na ponta dos dedos e com a poesia à flor da pele sente.

(28/11/2012)

*

Eu nasci de mãos dadas com a liberdade. Minhas asas estão abertas, aprendi a voar em direção da felicidade.


(28/11/2012)


Brainstorm

Sou uma escritora às avessas, acredite. Enquanto a poesia tece suas rimas, as palavras me (d) escrevem.

(Em 20/02/2013)

*


A felicidade da gente tem que ser um tantinho egoísta às vezes.

(Em 26/02/2013)
*



Num mundo onde traições são comuns e a mentira tem data pra ser celebrada, sou questionada por acreditar. Há quem creia no poder da religião. Há quem não creia em nada. Em meio aos céticos e para quem vê na data de hoje alguma graça, digo: o amor é o meu principio. Independe de qualquer pessoa, de ser ou não recíproco. O amor salva. Essa é a minha verdade. É nisso que acredito.

(Em 01/04/2013)

*

Medo da morte? Não tenho. Temo partir e não amar o máximo que eu puder, extrapolando todas as formas, com toda a força do meu ser. Essa incapacidade, no fim das contas, também é um jeito de morrer. Ainda pior, já que se continua "vivendo" ( para mim só há vida com amor, com o coração, literal e metaforicamente, batendo).

(Em 02/04/2013)

*

Se me perguntassem, eu diria que não mudaria nada. Defino assim essa adequação inesperada: paz.

(Em 04/04/2013)

*

Pega impulso, respira fundo e voa. Não há porque temer o abismo. Nós não temos asas à toa.

(Em 04/04/2013)

*


O ruído dos carros rompe a madrugada de silêncio, vejo as folhas dançarem com o passar do vento. O relógio tiquetaqueia apressando o que é lento. Não há ponteiros que me afetem, entretanto: sou senhora do meu tempo.

(Em 05/04/2013)



*


Rascunhos, textos inacabados, folhas em branco no caderno e amassadas pelo chão. Não completo as frases, não construo uma oração. Não ter o que dizer faz todo sentido, pois é com silêncios que componho meu período. Não uso palavras em vão. Nas minhas entrelinhas há muita coerência. Não gosto do ponto final. Prefiro as reticências...


(Em 07/04/2013)


Se eu não voltar



Se eu não voltar, deixei a roupa batendo na máquina, o cheirinho do amaciante vai se espalhar pela casa, acho que você vai lembrar. Se eu não voltar, queria te avisar que não terminei de ler A paixão segundo G.H., as páginas estão marcadas, pode continuar. Se eu não voltar, tem Ades na geladeira, sei que pouca gente gosta, mas pode tomar. Se eu não voltar, tem uns vestidos novinhos, com etiqueta até, pode usar. Se eu não voltar, tem uma caixa cheia de lembranças, pode queimar. Se eu não voltar, pode ficar tranquila, eu não deixei louça pra lavar. Se eu não voltar, não é porque desaprendi o caminho; é porque descobri que a estrada é o meu lugar.

(Em 16/05/2013)

sábado, 13 de julho de 2013

Da escrita e da vida

Há tempos venho me desencontrando das palavras. Antes a escrita era fácil, transformava os pensamentos em sentimentos, eu me entendia melhor enquanto versava em prosa ou poesia. Foi o meio que encontrei de me aperfeiçoar ( não é à toa que digo que escrever é o meu aprimoramento). A leitura também viabiliza esse entendimento. Quanto mais leio, mais sinto e melhor organizo as minhas ideias por vezes confusas.

Fazendo uma análise superficial sobre a presença/ ausência daquilo que chamam inspiração, creio que a construção da escrita não se justifica apenas assim ou pela criatividade. 
Escrever sempre foi para mim uma questão de identidade e de reconhecimento. De autoanálise. Isso ficou claro para mim quando passei por momentos difíceis. Segundo críticas, escrevo melhor quando estou triste. 

E quando pareço perdida? Não consigo elaborar nada muito denso ou extenso. Apenas frases soltas, indefinidas e vagas, vezenquando uma poesia que escrevo, posto e imediatamente desgosto. Estou deixando acontecer. 


Mudei de casa, ainda há caixas espalhadas. 
O endereço é outro e não há placas. 
O novo assusta, mas não é de todo ruim.
Apesar do descompasso, restam palavras.
Estou ordenando tudo dentro de mim. 

Página em branco



Na página em branco cabe uma rima,
cabe uma frase feita, cabe um clichê
cabe um verso simples e uma estrofe inteira
cabem palavras escritas sem porquês

cabem sonhos, vazios, abismos
cabe até o silêncio do não-dito
porque às vezes na página em branco
não cabe tudo o que sinto

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Nossos corpos tão próximos criam atrito, já vejo as faíscas:
o fogo que se alastra apagamos com saliva.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Flamengo


...E chorei. Às 9:00h de uma manhã tão ensolarada como só a de um domingo consegue ser. Não sei dizer se o que senti foi falta ou tristeza. Ou a certeza de que talvez eu não viva novamente aquilo que vivi ali.
Os tempos mudaram. Eu também mudei. Não sei se achei o meu lugar. Não sei ao certo no que acredito. 

E julho insiste em provar que inverno não é só cinza e frio. O céu está divinamente azul e límpido. Me perco no horizonte infinito. A gente não sabe mesmo onde vai dar: 

e ainda assim seguimos.

(trecho de um diário de bordo)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Gotas

Gêmeos é roda dos ventos. Todo sentido é lugar. Toda direção é abrigo. E sem saber onde chegar, faz da morada caminho.

*

Dentro dos silêncios encontro refúgio. Semeio a palavra no vazio do não-dito. E o sentimento brota: fruto.

*



(Em 29/06/2013)

Que seja

Que seja dor, que seja amor, que seja além. 
Que traga paz, que traga cor, que faça bem.
Amanhã recomeço, o dia primeiro de um mês inteiro pra gente tecer.
Já morri muito nessa vida mas minha escolha preferida é sobreviver.
Que venha em escala cinza:
vou pintar tudo com alegria

(Em 30/06/2013)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Branco

Leio vários livros e não termino, escrevo rascunhos avulsos porque as palavras se perdem no caminho. O resto é folha em branco. Aguardo a inspiração com a luz do quarto acesa, porta e mente abertas, poucas certezas. Procuro em mim a poeta, aquela que dorme e acorda com papel e caneta. Por medo de perder a rima, de não alcançar a palavra. Mas a escrita não se dá em linha reta: a poesia desconstrói;  e só assim me sinto completa.

(Em 14/06/2013)

Sementes

Numa semana memorável.


Se você está inconformado, você muda. A mudança só ocorre quando você almeja o melhor.



*



E as coisas, repentinamente, ficam cristalinas.



*



A vida é simples de tecer, pode acreditar. E se agora parece difícil, repita sempre que possível: "isso também vai passar."



*



Mas ainda não te falaram o essencial sobre essa menina: ela tem nos olhos girassóis e na boca o desenho de uma tulipa. Ela é perfumada de rosas e, acredite, ela não fala: poetiza.


*

Folha de São Paulo

Essa foto é emblemática. O momento é histórico. Não é pela Copa, não é por "0,20 centavos" como fizeram parecer. É, de fato, a primavera brasileira. As pessoas desabrocharam para a revolução. Essa é a nossa voz e a nossa força. Os covardes, imundos, caretas, corruptos jamais nos calarão.

(Em 16/06/2013)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Em meio a nuvens. Os obstáculos de metal me impedem de ir mais longe, embora encurtem tantas distâncias. Quase alcanço estrelas. Tudo é tão diferente visto de cima. Fica a impressão de que há algo além; infinito, talvez. Algo que mensure o real significado da vida.

(dela eu quero a certeza de que apesar dos dias tempestuosos e cinzas haverá luz do sol rompendo um novo dia.Quero inspiração diária para encontrar as palavras refúgio, com as quais eu possa andar de mãos dadas. Finalmente, quero esse amor que me invade, dispersando vazios e afastando a solidão. Um amor que muda tudo e para o qual sempre fujo, pois em seu abraço fiz minha verdadeira morada).

(Em 04/06/2013 - cruzando os céus)
O amor pede a palavra.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Perhappiness

Toda Poesia (Paulo Leminski)


Talvez não seja ausência de inspiração.
O sentimento já não alcança a palavra.
Apenas mais um prefixo.
Encadeamento de orações e períodos
Que gritam:
 - Procura-se poesia.
Mas ela não quer ser encontrada

Que fiquem as folhas em branco
E que se percam as letras na estrada
Porque ainda resta algum encanto
Em compôr a vida com rimas
Em busca de alguma beleza e graça

Com a caneta em punho
E ao som da habitual taquicardia 
Dispenso a tal criatividade
Cultivo então um apelo:

-Procura-se sensibilidade.


(Talvez essa suposta incompletude seja um mergulho no que há de mais profundo. Um entendimento que leva, talvez, à felicidade)



quinta-feira, 23 de maio de 2013



The Virgins Suicides


O tempo enfeitou a dor. E tratou e transformar as cicatrizes em adorno. (Quem tem dentro de si alguma sutileza, enxerga o belo no inusitado, inclusive na tristeza).


(Em 30/03/2013)
Lembranças naufragadas, palavras emanadas na vastidão dos silêncios que transformam o que era pouco em quase nada. A vida é ínfima, vê: somos apenas o tempo que passa.

(Em 21/05/13)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Os meus olhos amanhecem num dia tão bonito que é quase incompreensível que os meus pêlos ericem de tanto frio. O sol ilumina tudo em volta, de alguma forma me reconheço no outono: impreciso, ele é a minha estação. Divago em meus pensamentos enquanto atravesso um tapete de folhas multicoloridas caídas pelo chão. Às vezes saio em busca de alguma inspiração, uma nova rima, quando, na verdade, aprendi a tecer paisagens além da minha retina. O que repousa dentro de mim também me motiva. E é vasto. Os meus dias cinzas e amargos eu pinto com poesia. Como escreveu Carpinejar, é até aceitável ter medo da vida. Agora ter medo de sonhar é covardia.


terça-feira, 30 de abril de 2013

Anotações sobre um dia de treinamento

É mais fácil descartar. Abandonar. Começar do zero. Reconstruir é difícil, é necessário entender o que deu errado, reparar os danos para fazer dar certo. Dá trabalho. É exaustivo. Ainda assim é preferível reutilizar os esforços e juntar os cacos. Às vezes o que é realmente essencial está num detalhe, num pedaço. Isso sim é transformação.

(29/04/2013)
Sempre de partida e nunca acostumada (verto toda essa saudade em lágrimas).


São Paulo, 28/04/2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vinte e poucos anos

A minha visão sobre os 20 anos: é assustador, porque desde os 15 só vejo o tempo passar depressa demais. E no meio do caminho a gente se pergunta: é realmente isso? Mas onde vai parar? Não para nunca. O mundo gira e você tá ali, parado no centro, tentando compreender. E se encontrar. Mas não há jeito certo, só se aprende com os erros. É o nosso jeito impulsivo, imediatista, desesperado, mas otimista. Não sei você, mas em meio ao turbilhão de sensações e pensamentos, continuo andando em direção ao que é meu. " O caminho se faz ao andar". Já não fujo e pouca coisa me apavora. Estou encontrando o meu lugar.

(Em 19/04/13)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Carta para alguém de dentro (ou dias cinzas)

À Marcela, minha alma gêmea dessa e de outras vidas.


Amiga, bom dia! Hoje amanheci com o vento balançando as cortinas e com a chuva inundando a manhã fria. Não pude deixar de lembrar de você, da nossa viagem que aconteceu num dia tão cinza quanto este. É quase impossível não pensar. Ou melhor dizendo, sentir. Amiga, aquela viagem foi muito importante pra mim, criou um marco na minha vida. Eu estava à beira do precipício e o resgate aconteceu porque mergulhamos, juntas, dentro da gente. Sinto uma certa nostalgia, falta daquela epifania, das descobertas, dos extremos que vivenciamos. Chegamos lá com uma chuva torrencial por dentro e voltamos com o sol interno aceso. Só queria agradecer pelas nossas mãos dadas. Por ser sempre aquela para quem remeto as minhas cartas. Me sinto em paz. O equilíbrio, até então perdido, em mim jaz. Te amo.

( Em 21/04/2013)

(M)eu

Gosto do meu olhar quando é você que eu vejo. As palavras perdem o sentido quando minha boca encontra o seu beijo (só tenho algo a dizer porque meus olhos não te alcançam; a minha sede, você sabe, água potável não mata.) É o meu jeito de falar do amor que sinto. E porque, acredite, sempre sinto a sua falta.

(Em 14/04/2013)

Fragmentos dispersos

O silêncio também é eloquente.

*

Dias cinzas eu ilumino com so(l)rrisos

*

Com seus passos ela compõe rimas, cada frase dita é preenchida com versos, inspiração é sua sina. "O que ela tem de diferente das outras?", você indagaria. Eu respondo: poesia.

*

O que não li nas cartas do tarot e nem mesmo interpretando as doze casas do zodíaco é que nada está realmente determinado. O destino não está escrito. Sou eternamente responsável pelo que faço. Eu sou o que acredito.

*

Para não esquecer: quando há amor de sobra, nada falta.

*

Ando armada com fé, porque paz é tudo o que quero.

*




quinta-feira, 11 de abril de 2013

“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…
Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo.Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos..

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar…”

(Alberto Caeiro)

quinta-feira, 28 de março de 2013

...É o que importa: amor. Foda-se o que passou, os percalços, os desencontros. O bom mesmo é andar de mãos dadas, dormir junto, olhar nos olhos e sentir falta de ar. A gente nasceu para amar e ser amado. Sorte de quem conhece o amor. E se deixa arrebatar.

O amor é o belo da vida.

(Trecho de uma conversa com a minha Thaís)
Não apresso o  ponteiro das horas porque a eternidade do que sinto ultrapassa qualquer medida de tempo. O ontem e o amanhã pouco importam. Só o agora é eterno.

domingo, 24 de março de 2013

São mudanças demais para uma garota (não consigo me enxergar como mulher ainda, quem sabe um dia). Cá estou, numa noite de domingo, encarando uma parede branca e um silêncio que às vezes é rompido pelo barulho da chuva na janela ou por alguma risada que vem do apartamento ao lado. Não vem daqui. Não há porque rir. Não estou triste, só não estou alegre, compreende? Não há motivos. Estou sozinha no meio de gente desconhecida, com vazios não-preenchidos e com a sensação de estar perdida nesse lugar. No meio do caminho. O que estou vivendo não pode ser chamado de crise existencial. Não estou questionando mais nada. Só estou ficando acostumada e de vez em quando me incomodo. Com a rotina de acordar, tomar banho, comer, trabalhar, voltar pra casa, tomar banho, estudar, estudar, estudar e dormir e depois repetir o mesmo ciclo que não tem fim, porque é escolha diária. Em meio ao cotidiano, me pego sentindo saudades, me questiono sobre todos os passos que dei até aqui, tortuosos, certamente, mas que me guiaram à tão almejada independência. Eu só não sabia que seria assim. Porque quando tudo parecia resolvido e bem, cá estou a milhas de distância de quem eu amo, sentindo a ausência de tanta coisa que até bem pouco tempo não fazia diferença. Saudade da minha mãe, das conversas com meu irmão, da presença dos amigos, de ouvir minhas músicas na caixa de som, de ler meus livros deitada no sofá, de dormir com a tv ligada. Coisas simples que eu nunca pensei que sentiria falta.

E sinto. E dói. 

Acho que crescer é mais ou menos isso:


Espaços em branco, perguntas sem resposta, nostalgia e vazios.

sábado, 23 de março de 2013


Se você ama alguém, não desista. Há uma luzinha, uma intuição, um sinal, seja lá o que for, que indica a coisa certa a ser feita. Na minha opinião, a coisa certa é lutar. Ou, na pior das hipóteses, esperar. Não sou a pessoa mais otimista, mas acredito que o amor muda vidas. A gente sabe, lá no fundo, o que pode dar certo. Não há orgulho, dor ou decepção que consigam alcançar a grandeza do amor. Ele é signo e significado. No fim das contas, a gente precisa de alguém para andar junto. Alguém para dividir as histórias, uma garrafa de vinho, a cama, as expectativas. Cumplicidade. Intimidade. Companhia. Olhares que reduzem palavras a nada. Taquicardia. É bom demais para deixar passar. 

Não é todo dia que a gente encontra o amor da nossa vida.

(Se eu fosse você, não desistiria).

sexta-feira, 22 de março de 2013

Domingos são demorados e nos deixam com uma sensação insuspeitada de vazio. Para onde olhar quando há apenas espaços a serem preenchidos? Silencia. Olha pra dentro. E dê ao seu dia um sentido.

Nós nos despedimos de um jeito único
Nós não falamos 'tchau' ou 'até logo'
Dizemos sempre eu te amo.

domingo, 3 de março de 2013

Eu guardo para você meus pensamentos mais tenros e te desejo, na distância, as melhores coisas do universo. Não levo comigo rancor, eu juro. Apenas te levo. Algumas lembranças agridoces, devaneios sobre o que poderia ter sido e não foi. Não foi por mal, eu sei. São coisas da vida, desencontros, despedidas. Saudade. Mais intensa, como agora, quando a noite se confunde com o dia e só o silêncio da rua me faz companhia. Você foi embora. Desculpe a palavras desconexas, talvez ditas fora de hora: deixo para você todo o meu amor, sempre; dentro de mim você ainda mora.
 
Márcia, grata pela inspiração.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Para Marcela e Cristiane, obrigada por partilharem.
 
 
Escrevi tantas cartas, ensaiei um discurso: as minhas falas estavam decoradas.
Diante de você, entretanto, emudeci.
Não encontro sentido nas palavras.
Não há o que dizer depois de tanto sentir.
Não é nada contra você.
Não é nada sobre mágoas.
Não é sobre esquecer.

Às vezes a gente tem que sair de cena, agradecer e virar as costas.
Algo mudou dentro de mim e só agora consigo entender:
Não há fichas em jogo, não posso fazer mais apostas
A gente acaba aprendendo a perder.
 
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013







"Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária. A estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma."

(Anaïs Nin)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Como eu te amo

Eu te amo desse jeito tão urgente, me tomando por inteiro, me deixando aos pedaços, me partindo ao meio. Eu te amo como se fosse a chegada de uma nova estação, primavera anunciando o verão, sempre intenso e bonito, com a torcida de que não chova em vão. Eu te amo como inundação, que sem pedir licença invade, rompendo com os vazios, causando certa destruição. Eu te amo como grão, que apesar da sua aparente miudeza faz nascer flores no chão. 

Eu te amo se. Eu te amo apesar de. Eu te amo porque. 


(não precisa explicação)

Ser mulher

Ser mulher não exige salto alto, maquiagem carregada ou a roupa mais adequada. Ser mulher é romper com todo o estereótipo que existe, é provar que para ser feminina não é preciso abrir mão de cultura e estudo, já que aos olhos de muitos isso parece babaquice. Ser mulher é ter valentia e coragem para matar um leão todos os dias, de saber se desvencilhar do que faz mal e de assumir quem é independentemente de como os outros agem. 

Ser mulher nada tem a ver com fragilidade. 



Reticências

Chega. Tenho 22 anos e estou sempre de partida. Sempre fugindo, cortando raízes, por gostar de me perder. Sendo assim, aposento as minhas malas; estou aprendendo a ser.

*

Foram tantas as rasuras que me pergunto: ainda há espaço para escrever?


*


Não se perca de mim, por favor, não. Anda sempre ao meu lado. Não solta da minha mão.


*

Fábula


Vai, conta uma história pra mim
Sobre mares repletos de sereias
Céu infinito de querubins
Chão cravado de estrelas

Vai, conta uma história sem fim
De um lugar desconhecido, bem distante daqui
Onde possamos morar nas nuvens
Você aceitaria? Estou certa que sim

Vai, conta uma história bonita
De paisagens míticas, de belas rimas
Onde haja espaço para os nossos sonhos
E para todo mundo que acredita

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ausências surgiram em nossa caminhada, mas nunca perdi de vista os teus passos. De alguma forma estavam sempre junto aos meus, lado a lado. O sentimento persistia, não houve ruptura dos laços. Lembrei daquilo que você falava "não é todo dia que encontramos o amor da nossa vida. A gente tem muita sorte, sabia?". Eu sempre soube. Concordava também com Rubem Alves, quanto à metáfora do pássaro pousado no dedo. O amor voa. Mas na hora certa ele volta. 

Quando a gente vê no outro uma possível eternidade, a gente acredita. Quando é verdadeiro o que se sente, não há outra saída: a gente se rende.

O que eu sei

Para o meu Daniel.

Que não importa onde eu esteja, sempre sinto o seu cheiro. Que o coração acelera quando leio ou ouço o seu nome em algum lugar. Que eu penso em você (sem exageros) o tempo inteiro. Que eu compro aquele chiclete com sabor melancia só porque você gosta e eu gosto de lembrar.

Que seja uma forma de amor, quem sabe de saudade.
Talvez seja ainda melhor (e maior):
porque eu sei que é de verdade.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Grãos II

(Pequenos pensamentos dispersos)



Minha liberdade de ser consiste no meu ato de escrever. A pena que trago desenhada no pulso não me deixa esquecer.

*

E quem me vê por aí sozinha, nem sabe como sou completa, sequer desconfia...

*

É o it de que Clarice tanto falava. O deixar ser, mesmo não sabendo como. Ou no que vai dar. Eu espero no inédito. Naquilo que nem conheço, mas que vai chegar.

*

Tantas vezes estamos abarrotados de sentimentos e nos sentimos vazios. E apenas quando nos desprendemos, jogando tanta coisa fora, e que realmente nos sentimos completos.

*

E o sentido pra vida é a gente que dá.

*

O agora é o meu melhor momento.

*

Amar é‚ dentre outras tantas coisas‚um ato de fé. É preciso confiar sem que haja garantia de retribuição.
Amar é fechar os olhos para poder sentir; é escolher enxergar com o coração.

Eu invento uma sequência de palavras para desenhar tudo em volta. Mas guardo meus segredos, apresso os ponteiros: é chegada a minha hora. Refaço meu dia, teço com uma linha bem bonita a minha história. Esqueço o passado na última gaveta das lembranças. Afinal de contas, na paisagem dessa vida tortuosa apenas uma coisa me interessa: o agora.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.


(Miguel Torga)
O som do silêncio é interrompido pelo vento. Ouço o flanar das asas de um pássaro que, assim como eu, voa atrás de algo parecido com liberdade. Descanso do meu voo deitada na grama e encaro a lua crescente. Alguns chamam isso de estado de contemplação. Eu não: prefiro felicidade.






E a lua que lá na praia anunciava o fim do dia, agora atravessa seus raios pela janela, me fazendo companhia. Hoje ela me contou um segredo: me namora há tempos, e eu nem sabia...

Em 27/12/2012

O crescimento é interno. Essa capacidade de me metamorfosear e surpreender, quando ninguém apostava nas mudanças. Criando o belo, dispenso a tristeza. Não me permito mais viver sob determinadas circunstâncias. Quando fiz as pazes comigo, o desapego ficou menos difícil e não dói dizer adeus. Quando fiz as pazes comigo, me dei conta de que seguir é preciso e de que há muitos caminhos no mundo:

e todos eles são meus.