Os meus olhos amanhecem num dia tão bonito que é quase incompreensível que os meus pêlos ericem de tanto frio. O sol ilumina tudo em volta, de alguma forma me reconheço no outono: impreciso, ele é a minha estação. Divago em meus pensamentos enquanto atravesso um tapete de folhas multicoloridas caídas pelo chão. Às vezes saio em busca de alguma inspiração, uma nova rima, quando, na verdade, aprendi a tecer paisagens além da minha retina. O que repousa dentro de mim também me motiva. E é vasto. Os meus dias cinzas e amargos eu pinto com poesia. Como escreveu Carpinejar, é até aceitável ter medo da vida. Agora ter medo de sonhar é covardia.
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