Eu ando pelo centro da cidade como se costurasse meus retalhos, remendando memórias, bordando lembranças. Os meus olhos gostam do que veem. Tanto tempo. Quanto tempo. As pessoas continuam desfilando seus ternos, sua formalidade, e ainda assim parecem leves. Garanto, é fácil ser leve no Rio de Janeiro. Há sol. Há vento. Há verde.
Há lugares para os quais fugimos sempre que há uma brecha no expediente ou mesmo na pausa para o almoço. A cafeteria OK parece mais cheia de gente e tem muito mais quitutes além do delicioso bolo de nozes. A Livraria Arlequim, no Paço Imperial, continua charmosa e possui raridades que vão desde uma coletânea maravilhosa da Edith Piaf até um marcador de texto incrível com cenas antológicas da Mia Wallace, de Pulp Fiction.
Mas a melhor parte do Rio é que você faz amigos por causa dele. Amigos que são companhia para um museu, para um cinema, para um café, para um barzinho. O Rio é ainda mais leve por causa deles.
Então digo que estou encantada, depois de tanto tempo. Nunca me prendi a essa divisão de lados instaurada por causa da ponte. A vista é bonita aqui. E lá.
Certamente não tenho ponto fixo. Cada canto é um pouco eu. A minha reconstrução repousa nesses fragmentos. Sou muito de todo lugar.
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