sexta-feira, 31 de julho de 2015

É uma sede que água nenhuma mata.
Saudade é um pouco como a morte
Nada me preenche, a não ser a falta.
"Olho o céu com paciência. O azul não me cansa. Uma ave voando não significa que está partindo. Uma ave voando pode estar regressando..."

(Fabricio Carpinejar)
Teu beijo é vasto
Poesia em expansão
Delicadeza do encanto:
À beira
Há mar.
Já não sei falar de completude sem mencionar a vastidão que mora em mim e desemboca no outro. Porque mãos entrelaçadas são pontes, passos dados são verdadeiros caminhos quando dados lado a lado. Embora eu traga comigo a solidão, sou melhor quando olho nos olhos do outro. Eu me reconheço e me encontro. Minha própria extensão.
Sou movida a tato.  Abarco tudo num mero abraço.

sábado, 25 de julho de 2015

"Nesse desfolhar de rosa
Para toda força que nos dobra
Eu só trago o mar de algum lugar comigo"
(Marcelo Camelo)
Encaro o sol, o vento leve e fresco, carros e táxis e ônibus, barulho e movimento.
Abarco tudo com meu olhar inquieto e desacostumado,  a cidade guarda meu  desassossego.    
E sinto em paz. Fico à vontade, não tenho pudores: esse céu é muito meu.     
Meus passos foram feitos para percorrer esses caminhos. Os mapas indicam: onde quer que eu esteja, sou daqui. Pertencer é  muito vasto. A falta alimenta os meus dias.         
A cidade desperta o meu melhor lado.        
Rio, inspiro poesia.

domingo, 19 de julho de 2015

TUDO


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E tudo isso perde o sentido se não houver MUITO amor.
Sou catártica
Abandono meus medos, frustrações e anseios
E me reinvento
Com novos temores e desejos
Sou dramática
Quero todos os textos, sons e cheiros
Sou o que sinto e vejo
Sou um mundo inteiro.

sábado, 18 de julho de 2015

Todo mundo sofre. Eu, você, o cara no bar em plena terça-feira. Todos nós. Pelos motivos mais diversos e menos aparentes.
É inerente ao ser humano se doer. Se magoar. Sentir, simplificando. Somos feitos de carne, osso e,  sobretudo, emoções. Há quem consegue lidar com elas de maneira mais discreta, quase imperceptível. E há aquelas que são como uma bomba prestes a explodir. Acontece com as melhores pessoas (e quando digo isso, me refiro àquelas  taxadas como loucas, depressivas, etc.) Inclusive essas são as mais interessantes, no meu ponto de vista. Gosto de gente vulcânica, que não se detem, que transborda.
Gosto de gente que se entrega. Que sofre, ama, gargalha e chora. Intensamente.  A dor deve ser sentida, analisada, pensada para ser de fato curada. Porque não há jeito: há sempre algo latejando dentro da gente.

Já sofri muito, graças a Deus. E todo o sofrimento experimentado só me deu forças para aguentar o tranco e entender, apesar do clichê embutido, que tudo passa. Hoje sou mais resistente a certas dores. No momento em que sofremos não conseguimos enxergar que aquilo é temporário. Ou melhor, superável. Obviamente não é fácil. A dor paralisa. E te consome aos poucos. Você se entrega, se enleia, se emaranha. Você acaba tomado de tal forma que não consegue enxergar nada além. Mergulhado no fundo do fundo do fundo do poço que não parece ter fim.
Mas tem.

E está tudo bem. É válido mergulhar nesse abismo para sentir tudo por inteiro. Ninguém sente meia dor ou meio amor. Ninguém é pela metade. Eu hoje sei quem sou porque aprendi a aceitar o que me acontece sem me resignar, voltando o meu olhar para um aprendizado que só ocorre muito tempo depois, quando saímos do bunker do sofrimento. A gente cresce, aos trancos, em meio a desenganos. Caímos, muitas vezes, com o joelho e o coração ralados.
Nos reerguemos, as feridas saram e as cicatrizes relembram o que se tornou um grande aprendizado. Vê, o sofrimento te melhorou.

Não há nada a temer quanto a ela. 
(Quando menos se espera a dor acabou)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Olho pra trás e penso nas memórias criadas quando você ainda não estava. Tenho a impressão de que nenhuma delas me diz respeito, como se antes de você não houvesse nada.
Sinto como se eu sequer existisse. Fico me perguntando sobre a sua aparência, sua rotina, você por aí vagando sem mim. Ausente da minha retina, dos meus dias, fora da minha vida. Parece inconcebível te imaginar assim.
Olho suas fotografias antigas e me pergunto o que se passava naquele momento reproduzido na imagem. Pra quem você sorria? 

E me envergonho por sentir inveja das suas histórias, das pessoas que estiveram com você no seu passado, se você é o mesmo de antes, se algo te mudou.
Sinto ciúmes das lembranças, dessas lacunas vazias, do passado que desconheço.
Daquilo que findou, mas que de alguma forma ficou.
Carrego a falta do que não vivi.
Não passou:
Essa ausência se faz presente em mim.




quarta-feira, 15 de julho de 2015

domingo, 12 de julho de 2015



Nada é eterno. Vê, a vida é passageira, é do ofício do tempo correr. Não desperdice os dias. Há muito a ser visto lá fora, muitas paisagens para se admirar e muitas lembranças para tecer.

Não subestime a dor, não contenha as lágrimas. Mas saiba que o sofrimento hora ou outra acaba. Então não se entregue à toa. Não desista. A vida é surpreendentemente boa.
Cuide de você, seja seu melhor amigo, não faça com os outros o que não gostaria que fizessem contigo.
Abrace cada oportunidade, sorria um pouco mais e vibre energia positiva.
Emane luz e amor. Queira sempre o seu próprio bem.

A melhor vingança é a alegria.

(O Universo conspira. Amém.)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Eu tenho apenas o compromisso de reproduzir o que sou e sinto.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Eu sinto o que vejo.
E me basta.

Parada, à sombra, sentindo o vento quente bater no meu rosto enquanto acendo um cigarro. Faz tempo que não fumo. O gosto me deixou enjoada, o cheiro persistia enquanto eu dissipava a fumaça. Senti meu corpo arder. Meu rosto enrubesceu, meus lábios ficaram vermelhos. Apenas me concentrei nas sensações. Não tenho sentido calor, nem frio, nada. Talvez sono, sem sonhos. Resultado dos quase dois litros de chá que tomo enquanto estou acordada. 
Não abro as janelas, não reparo a mudança do tempo, não olho a paisagem.
Estou presa em meus pensamentos.
Há sol.
Mas chovo por dentro.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Que os caminhos, ainda que tortuosos, conduzam à paisagem certa.
Que os dias, ainda que cinzas, sejam tão infinitamente belos que não caibam numa mera fotografia.
Que a vida, ainda que efêmera, seja por um breve momento eterna.      
(Já já o frio cessa, que todas as estações sejam bem vindas, especialmente a primavera)
"Antes eu era a Branca de Neve - mas acabei desistindo."
(Mae West)

domingo, 5 de julho de 2015

A amizade é um afago no coração da gente. Um sopro de vida aos dias, uma comunhão que não prescinde de nada, apenas está ali, sempre, forte como um nó, belo como um laço. Pra curar as nossas feridas, pra iluminar quando as coisas estão menos cor de rosa e mais cinza.
Amizade é pra sempre. Tem que ser. Se não houver essa eternidade, ainda que sutil e tenra, não pode ser amizade.
Amizade é pacto. Mãos dadas, gargalhadas, cabeça no ombro, lágrimas. Amizade é aliança. Compromisso, cumplicidade. Amizade é para os momentos bons e para os péssimos, para  contar as novidades e as babaquices que acontecem. Amizade é arco - íris, é pôr do sol, é  banho de chuva.
Amizade é a forma evoluída do amor. Amizade foi feita pra durar. E dura.
Estava relendo os primeiros textos do blog e me peguei com um sorriso bobo estampado no rosto...Estava prestes a completar 18 anos, pouco antes das aulas na UFF começarem. Abril de 2008, dois meses após uma grande amiga falecer num trágico acidente. À época descobri o blog que ela tinha e me inspirei a escrever mais, não apenas nos meus cadernos, mas digitalmente.
Ouvia Joplin Joplin à exaustão e escrevia num tom mais confessional, pouco preocupada com estilo ou forma. Eu reproduzia o que acontecia na minha rotina, como eu via e sentia o mundo à minha volta. É engraçado perceber que esse blog se tornou um relicário, um lugar onde posso me revisitar e compreender o processo de mudanças pelo qual passei nesses 7 anos. Tudo é diferente. Tudo passa.
Não pensava que era possível refletir sobre isso com a minha escrita. Amadurecer me endureceu um pouco. Fiquei mais fechada, não exponho o que sinto com tanta veemência, às vezes desisto de escrever algo porque não quero me expor tanto nem ser tão óbvia. Tenho mil rascunhos pendentes de publicação esperando a sua hora.
Um ponto interessante é o fato de que consigo retratar as histórias de terceiros como se eu mesma as tivesse vivido. Eu não conseguia fazer isso no começo, quando era mais intimista e visceral. Embora tenha endurecido, não perdi a sensibilidade, o olhar crítico. A ternura, como diria Che Guevara.
Muitas outras coisas mudaram. Não tomo mais leite, mudei radicalmente o meu gosto para séries ( R.I.P. Dawson's Creek), meus textos não são tão longos, vivo com certa autonomia e não gosto tanto de falar ao telefone. Outras tantas, parte da minha essência, permaneceram.

Sou grata pelos ciclos que se fecham e dão início ao que é inédito. Sou grata pelas mudanças, pelo crescimento, pelas palavras, que me permitem conhecer mais do mundo e de mim mesma.
Sou grata por sentir muito. 
Escrevendo eu me enxergo com clareza.

sábado, 4 de julho de 2015

Escrevo para transbordar. Sei bem como sou, quase sempre me perco. 
Tantas vezes me desencontrei e nunca fui procurada, presa no labirinto dos meus pensamentos e passos. Sem saber como voltar.
Escrevo para encontrar uma saída.
As palavras, elas são minhas setas, meus guias. 
Escrevendo estou a salvo das minhas  próprias armadilhas.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O que você talvez não saiba, porque nem eu nem ninguém havia te contado, é que tem gente que se dói o tempo inteiro. E você só conseguiu compreender isso depois de ler A Hora da Estrela e chorar copiosa e silenciosamente na sala de aula, em meados de 2007. Por puro reconhecimento. Pode ser da vida endurecer a gente, nos tornando mais frios e rígidos com o passar do tempo. Mas quem nasceu com a sensibilidade exacerbada pode até ser contido, mas hora ou outra desaba. Tudo afeta, tudo toca.Tudo é profundamente sentido. As palavras ditas num tom mais agressivo, as entrelinhas que quase ninguém lê, a não ser você, a ironia, a raiva, a melancolia. Você se enxerga naquilo, tudo foi de alguma forma vivido. Não há como evitar. Faz parte da sua essência, é impossível dissociar. Como Renato Russo disse, o mundo é muito doloroso para quem sente demais.
Há necessidade de solidão, dos silêncios e até da ausência. E quando falo de "ausências", me refiro às fugas de si mesmo - seja através da música, das drogas, do álcool, da escrita. Porque por alguns instantes é possível perder o controle e de uma forma totalmente torta não sentir. A inadequação e o não - pertencimento se esvaem por alguns momentos.
A realidade é dura. A gente acaba criando inúmeros artifícios para enfeitar a dor. A  beleza talvez seja encará-la, sem disfarces, sem fuga. Sentir talvez seja o veneno em si. E sua própria cura.
Sou movida a impulsos.
Sigo meus sentidos, minha intuição 
Se penso, falo
Se sinto, ajo
Se os vazios me invadem, me calo.
E dou às palavras espaço.
Sou toda emoção.
Esboço quem sou           
Rascunho inacabado 
Com grafite e palavras
Em exaustão                
Refaço
Reparo
Mudo             
Não paro         
Leia-se: em construção

quarta-feira, 1 de julho de 2015

"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor...
Vamos descobrir o mundo juntos, baby
Quero aprender com o teu pequeno grande coração, meu amor
Meu amor
Baby"
(Renato Russo)