quinta-feira, 16 de julho de 2015

Olho pra trás e penso nas memórias criadas quando você ainda não estava. Tenho a impressão de que nenhuma delas me diz respeito, como se antes de você não houvesse nada.
Sinto como se eu sequer existisse. Fico me perguntando sobre a sua aparência, sua rotina, você por aí vagando sem mim. Ausente da minha retina, dos meus dias, fora da minha vida. Parece inconcebível te imaginar assim.
Olho suas fotografias antigas e me pergunto o que se passava naquele momento reproduzido na imagem. Pra quem você sorria? 

E me envergonho por sentir inveja das suas histórias, das pessoas que estiveram com você no seu passado, se você é o mesmo de antes, se algo te mudou.
Sinto ciúmes das lembranças, dessas lacunas vazias, do passado que desconheço.
Daquilo que findou, mas que de alguma forma ficou.
Carrego a falta do que não vivi.
Não passou:
Essa ausência se faz presente em mim.