sábado, 28 de novembro de 2015

Miss Sarajevo (U2)

Is there a time for keeping your distance
A time to turn your eyes away
Is there a time for keeping your head down
For getting on with your day
Is there a time for kohl and lipstick
A time for curling hair
Is there a time for high street shopping
To find the right dress to wear
Here she comes, oh oh
Heads turn around
Here she comes
To take her crown
Is there a time to run for cover
A time for kiss and tell
Is there a time for different colours
Different names you find it hard to spell
Is there a time for first communion
A time for East Seventeen
Is there a time to turn to Mecca
Is there time to be a beauty queen
Here she come, oh oh
Beauty plays the clown
Here she comes
Surreal in her crown
Here she comes...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015


Deus cabe nos meus dedos enquanto escrevo.
Cabe nas minhas mãos entrelaçadas.
Deus cabe no que sinto e no que não vejo.
Deus cabe nas palavras.

Deus cabe nas lágrimas
Cabe na comunhão
Deus é onipresente e infinito
Pois cabe nas miudezas da vida, no pão de cada dia, na minha oração.

Ao som de The Breeders

Fui assistir ao filme sozinha. Pela primeira vez. O cinema cheio. Joaquin Phoenix se  apaixonando por um programa de computador. Mas era ela. E era amor.

*
Lembro que tinha me mudado há uma semana pr'aquele bairro, tudo estava meio fora do lugar, inadequado, o apartamento vazio, silêncio insuspeitado. Poderia ficar à vontade comigo mesma, na solidão da minha própria companhia. Era tudo o que eu queria (?)


Eu só quis sair dali.

Abri a porta sem alarde naquele sábado de março. Atravessei as ruas ansiando um bocado de chuva enquanto dava esses novos passos. Rituais. E com toda força meu desejo se realizou na volta para casa. Eu me entreguei. Porque tudo estava muito bagunçado por dentro e a gente não sabe bem como lidar com a realização de um desejo. Então eu chorei. Essa foi a primeira fuga de muitas desde que me libertei. E as grandes conquistas que tive me doeram muito, talvez pelo esforço da batalha ou por não acreditar que eu seria capaz. Sou uma andarilha, sou inconstante, sou movida a risos e lágrimas. Mudar é uma arte. Ouço a música enquanto me rendo a metáforas. 
Viver é agridoce. Sinto o sal na boca e nas palavras.


"I land to sail, island said
Yeah, we're moving
We're moving."
Alguns abraços:
Suficientes e necessários para traduzir o que sinto quando as palavras calam.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Não sei muito de mim, nem do mundo. Me olho no espelho e me vejo incompleto, imperfeito, cheio de cicatrizes, marcas do tempo e dos erros. Não tenho arrependimentos. Apenas sonhos. E desejo.
Não me permito parar, ainda há muito.
Apesar do medo, continuo.
Não me conformo, quero ir além.
Eu quero mais.
Eu quero tudo.
Eu quero sempre.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sem título

Porque eu quis e isso é perigoso. Sem olhar para trás, reduzindo toda uma vida a três malas. Eu parti. Pés meio exaustos da caminhada, sem bússolas ou mapas, seguindo unicamente o que eu senti(a). Tendo como norte nada além do que os meus olhos viam. Cheguei ao meu ponto de partida às cegas. E embora fosse o momento do encontro, nunca estive tão perdida.
Aos tropeços, me entreguei ao que desconheço. Refaço os passos, reconstruo as rotas para entender os porquês. Confundi os sinais, ignorei os avisos, desaprendi a me ler. A verdade é que eu me troquei por um punhado de sonhos, alguns intangíveis e até mesmo loucos. O que sobrou é apenas real.
E pra mim isso é muito pouco.

The Fairest of the Seasons (Nico)

Now that it's time
Now that the hour hand has landed at the end
Now that it's real
Now that the dreams have given all they had to lend
I want to know do I stay or do I go
And maybe try another time
And do I really have a hand in my forgetting ?
Now that I've tried
Now that I've finally found that this is not the way,
Now that I turn
Now that I feel it's time to spend the night away
I want to know do I stay or do I go
And maybe finally split the rhyme
And do I really understand the undernetting ?
Yes and the morning has me
Looking in your eyes
And seeing mine warning me
To read the signs carefully.
Now that it's love
Now that the candle's falling smaller in my mind
Now that it's here
Now that I'm almost not so very far behind
I want to know do I stay or do I go
And maybe follow another sign
And do I really have a song that I can ride on ?
Now that I can
Now that it's easy, ever easy all around.
Now that I'm here
Now that I'm falling to the sunlights and a song
I want to know do I stay or do I go
And do I have to do just one
And can I choose again if I should lose the reason ?
Yes, and the morning
Has me looking in your eyes
And seeing mine warning me
To read the signs more carefully.
Now that I smile,
Now that I'm laughing even deeper inside.
Now that I see,
Now that I finally found the one thing I denied
It's now I know do I stay or do I go
And it is finally I decide
That I'll be leaving
In the fairest of the seasons

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ode à chuva

Gosto da languidez que atravessa a noite ao cair a chuva fina. Gosto da sensação de desamparo, de solitude, de nostalgia.
Gosto de silenciar ao apagar as luzes, ouvindo a sinfonia dos trovões na sala vazia. Fecho os olhos e sinto o sal, gota a gota, em meus lábios, trago o cheiro dos pingos de chuva batendo no telhado, dou a ela boas vindas: vê, inspiro sinestesia.

Recebo a tempestade de cabelos molhados, pelos eriçados e braços abertos. Entrego a ela minhas palavras, meus versos, minha poesia.
Sou grata pela delicadeza do céu que ao verter suas lágrimas desemboca em nós feito rio,  nos invadindo por dentro. Inundando tudo o que está vazio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

"Me fiz artista sem plateia"
(Sérgio Fróes)

A mulher que toma o posto

Saindo por detrás das cortinas (como numa estréia)
Uma menina debruça seus cotovelos na janela.

Desta moldura ela vislumbra a vida
Como quem joga pedras num rio.

Espectadora do tempo 
Ela vê, analisa, disseca o que se passa a sua frente...
Sorri ao sol, às flores, aos pássaros e suspira pelos amores.

Estica seus dedos para alcançar paixões efêmeras,
Vulcões e estrelas que cintilam e aquecem os corações alheios.

Seus olhos brilham seduzidos pela força e fé, de quem se atira de peito aberto
Aos precipícios de estalagmites feitos de emoções mundanas.

A donzela que a tudo vigia, enxerga tanto a tudo, 
que cega-se diante do novelo de sua sorte a desfiar-se no romper de sua taquicardia.

Aos seus pés descalços precipitam unhas roídas...
Cada uma contendo uma esperança ceifada pelos seus fantasmas inúteis!

Mal sabe ela que na Roda do Zodíaco o Leão se põe ao lado da Virgem para servir-lhe de montaria,
E com ele, ela será capaz de viajar por distantes continentes que busca (talvez dentro de si).

Feito escultura de "namoradeira", continua em sua segura veneziana a espiar...
"Quem sabe escancarando bem esta janela os pássaros entrem e comigo queiram estar?"
Seria um risco muito grande fugir de sua clausura e enfrentar os espinhos do caminho,e  assim, mais uma vez ela vacila.

Pobre menina bela!
Não tolera seus enigmas e nem os labirintos ocultos nos olhos que te miram.

Um dia, "a mulher" a tirará de seu posto.
E lhe mostrará que a ousadia e tutano pegam a vida pelos colarinhos
E a esfrega na fuça de quem a "negou por três vezes diante do espelho".


(Sérgio Froes, meu amigo, sol em Gêmeos, me presentou com esse texto em julho de 2012)

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Alma Nua (Vander Lee)

Ó pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorando a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta

Perto do fim

"Se o mundo parece esquecer/O que rimou 'eu com você'/ É bem melhor você sumir/ Just like planes do over the sea"
(Tiago Pethit e Mallu Magalhães)

Eu já tinha ouvido a metáfora de portas fechadas e janelas abertas (ou seria o contrário). Sobre possibilidades. Algo assim, estou incerta.
Nunca vejo sentido em recomeços, embora eu saiba muito bem fazer as malas. Sempre de partida, estou habituada. Não aprendi a consertar, tenho a impressão de que algo remendado nunca permanece igual e por isso mesmo pode ser descartado. 
Joguei muito de nós no lixo.

Já me enfrentei muito antes de te olhar e falar tudo isso. Um embate diário, crises de insônia e identidade, cinzeiro cheio, uma vontade urgente de não sei bem o quê, mas que me tomava por inteiro. Não tinha para onde correr. Era questão apenas de tempo. E de melhor entender.
Não te culpo pelos nossos desencontros, nossos caminhos antes parecidos e agora tão distantes. Não é proibido escolher. Foi o que você quis.
Não te culpo pelas pessoas que surgiram na tua estrada e inverteram as placas: elas não mais apontavam para mim.

Ao menos tentamos. Foi maravilhoso e foi infernal. Foi devastador e incrível. E chegamos até aqui. Com o coração aos pedaços, mas batendo, mesmo que desritmados. Aqui.
Com portas e janelas escancaradas. Minhas mãos estão livres, te indico com meus dedos o caminho a seguir.

Juntos, chovemos. Nem vi a previsão do tempo mas estou certa de que amanhã fará sol.
Chegamos perto do fim.
E vai ser melhor.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Se ninguém lutar por mim...
Não desisto.
Resisto.
Insisto.
Vou à luta mesmo assim.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Hoje ao correr meus dedos pelas tuas costas enquanto te observava dormir, me dei conta do quanto sou grata por te ter por perto, depois da distância e do tempo e de tanto...muito de tudo.
É mais que um deleite ter você na minha cama, na minha rotina, nos meus braços, dividindo além das angústias e do cansaço, o sossego de estar bem aqui, ao alcance das minhas mãos, da minha retina.

Às vezes a pressa dos dias me impede de demonstrar a beleza desses momentos que compartilho com você. Note, no entanto: nunca esqueço. Guardo os nossas gargalhadas, nossas brincadeiras mais espontâneas, os carinhos insuspeitados. Te guardo. Motivo maior das minhas alegrias.
Te beijo, te acolho no peito e te vejo dormir. Meu oásis particular, meu arco íris, minha melhor paisagem. Você é tudo pra mim.
Obrigada por ser o sol da minha vida.
"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda. Ando feliz, cheio de fé, fase new-wave, escorregando às vezes para o after-punk, mas virginianos sempre acabam fazendo uma faxina, fazendo a barba, lavando as meias, as cuecas, tomando vitaminas e andando de bicicleta no parque. Graças a Deus — que existe e, lá de cima, tá vendo tudo. Batalho ferozmente a minha paz." 
(Caio F. in Cartas)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Às vezes atravesso os dias apressada e me perco nas miudezas da rotina. 

Mas não esqueço que assim como a casa, eu mesma preciso de atenção e cuidado. Além de uma boa faxina. 


Há tanto tempo divido o meu mundo que esqueço de voltar o meu olhar ao espelho. Reflexos do que sou, meu eu inteiro.
Jamais me esqueci. Me dei ao luxo de refazer caminhos. Mas me guio.

Caio Fernando me traz de volta pra mim.



"Quero que daqui pra frente a vida seja hoje. A vida não é adiável. E tô achando bom, tô repetindo que bom, Deus, que sou capaz de estar vivo sem vampirizar ninguém, que bom que sou forte, que bom que suporto, que bom que sou criativo e até me divirto e descubro a gota de mel no meio do fel. Colei aquele “Eu Amo Você” no espelho. É pra mim mesmo." (Caio F. in Cartas)

domingo, 1 de novembro de 2015

"Aprendeu que as folhas das árvores servem para nos ensinar a cair sem alardes."
(Manoel de Barros)