quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Ao som de The Breeders

Fui assistir ao filme sozinha. Pela primeira vez. O cinema cheio. Joaquin Phoenix se  apaixonando por um programa de computador. Mas era ela. E era amor.

*
Lembro que tinha me mudado há uma semana pr'aquele bairro, tudo estava meio fora do lugar, inadequado, o apartamento vazio, silêncio insuspeitado. Poderia ficar à vontade comigo mesma, na solidão da minha própria companhia. Era tudo o que eu queria (?)


Eu só quis sair dali.

Abri a porta sem alarde naquele sábado de março. Atravessei as ruas ansiando um bocado de chuva enquanto dava esses novos passos. Rituais. E com toda força meu desejo se realizou na volta para casa. Eu me entreguei. Porque tudo estava muito bagunçado por dentro e a gente não sabe bem como lidar com a realização de um desejo. Então eu chorei. Essa foi a primeira fuga de muitas desde que me libertei. E as grandes conquistas que tive me doeram muito, talvez pelo esforço da batalha ou por não acreditar que eu seria capaz. Sou uma andarilha, sou inconstante, sou movida a risos e lágrimas. Mudar é uma arte. Ouço a música enquanto me rendo a metáforas. 
Viver é agridoce. Sinto o sal na boca e nas palavras.


"I land to sail, island said
Yeah, we're moving
We're moving."