"Se o mundo parece esquecer/O que rimou 'eu com você'/ É bem melhor você sumir/ Just like planes do over the sea"
(Tiago Pethit e Mallu Magalhães)
Eu já tinha ouvido a metáfora de portas fechadas e janelas abertas (ou seria o contrário). Sobre possibilidades. Algo assim, estou incerta.
Nunca vejo sentido em recomeços, embora eu saiba muito bem fazer as malas. Sempre de partida, estou habituada. Não aprendi a consertar, tenho a impressão de que algo remendado nunca permanece igual e por isso mesmo pode ser descartado.
Joguei muito de nós no lixo.
Já me enfrentei muito antes de te olhar e falar tudo isso. Um embate diário, crises de insônia e identidade, cinzeiro cheio, uma vontade urgente de não sei bem o quê, mas que me tomava por inteiro. Não tinha para onde correr. Era questão apenas de tempo. E de melhor entender.
Não te culpo pelos nossos desencontros, nossos caminhos antes parecidos e agora tão distantes. Não é proibido escolher. Foi o que você quis.
Não te culpo pelas pessoas que surgiram na tua estrada e inverteram as placas: elas não mais apontavam para mim.
Ao menos tentamos. Foi maravilhoso e foi infernal. Foi devastador e incrível. E chegamos até aqui. Com o coração aos pedaços, mas batendo, mesmo que desritmados. Aqui.
Com portas e janelas escancaradas. Minhas mãos estão livres, te indico com meus dedos o caminho a seguir.
Juntos, chovemos. Nem vi a previsão do tempo mas estou certa de que amanhã fará sol.
Chegamos perto do fim.
E vai ser melhor.