"Oh that's an ending that I can't write, 'cause
I've got you to let me down."
(Julian Casablancas)
Não sei quantos cigarros terei que acender para apagar meus pensamentos. Porque a fumaça preenche o ambiente e eu fico lembrando de algo que li " ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias..." Corta. Não, nem tenho mais amigos para importunar com meus dramas e lamentos sobre tudo o que é incerto. De algum modo eles perceberam antes de mim que estou me tornando a pessoa mais perdida do universo. E não há nada pior do que lidar com algo/alguém que se perdeu. Engraçado, porque eu achava que isso era absolutamente certo. Calma, deixa eu dar uma olhada em que lua estamos. Primeiro quarto crescente. É, então o problema não é lunar. O problema é amar. Ou amar de verdade pela primeira vez na vida e não saber direito como lidar. Porque, sem querer, você começa a esperar muitas coisas, a exigir tantas outras, quando simplesmente bastaria viver, sem cobranças, sem necessidades. E li isso: " seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções."
E se as pessoas têm emoções e conseguem ser equilibradas, acho que exageraram na porção que me era de direito. Ah, eu clamo ser tão, uh, racional, pé no chão,o que não é completamente ilusão, já que consigo ser pouco sensível e até fria quando eu quero ou quando a situação exige de mim tal comportamento. Colocou amor na história, ferrou tudo. Sabe aquele dramalhão mexicano, aquela coisa de maquiagem carregada, todas as cenas exageradas, muito choro, muito álcool, muito cigarro, muito, muito, muito...muito. Eu sinto demais. E as pequenas ausências, pequenas rejeições, como cantou Alanis,são reais demais pra mim. Somewhere along the way I think I gave you the power to make me feel the way I thought only my father could.
Aí a crítica virginiana se manifesta, porque né, eu começo a achar que a culpa (?) de tudo é minha. Porque eu sou paranoica, sou muito fechada, expresso tudo em palavras, estou irada e atendo o telefone dizendo que está tudo bem, que estou com saudades e estou ouvindo The Strokes, What Ever Happened?
O que aconteceu? O que está acontecendo? Pouco antes de você ligar eu estava dissipando a fumaça do cigarro com uma mão, a outra enxugando uma lágrima e cantando a plenos pulmões you don't miss me, I know, com uma tristeza digna de paráfrase daquela antológica cena I think she's the saddest girl to ever hold a cigarette, em vez de um martini.
Drama queen life style. Um violino e uma faca de serra, por favor. E se você me perguntar se eu quero deixar isso tudo de lado, esquecer, vou dizer, com o risco de receber recomendações terapêuticas e, principalmente, psiquiátricas, que não, não quero. Eu amo o amor.
O amor me deixa idiota. Eu, sendo idiota, divirto os outros. Um lado bom isso tinha que ter, afinal.
(Que eu não esteja enlouquecendo e que seja apenas um problema hormonal, amém).
Todo escritor é maluco. E com certeza você é uma escritora!
ResponderExcluirReceba isso como um elogio!