quarta-feira, 31 de agosto de 2016


quanto a você
vocativo mais bonito
poema do dia a dia
entreabraços
minha rima preferida

Sem querer soar demasiado clichê
(e já sendo)
você é poesia na minha vida
meu melhoramento

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

"Hoje quero escrever qualquer coisa tão iluminada e otimista que, logo depois de ler, você sinta como uma descarga de adrenalina por todo o corpo, uma urgência inadiável de ser feliz. Ser feliz agora, já, imediatamente."

(Caio F. in O Melhor de Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Poesia é o que acontece quando meu olhar encontra o seu.
Gratidão pelos fins
E recomeços
Pelo efêmero
Que se eternizou
Passageiro
Colhi os cacos
Abri espaços
Sem rancor
Do vazio que ficou
Nada em vão
Em mim cabe apenas amor
“Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo ‘esboço’ não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro.”

(Milan Kundera in A Insustentável Leveza do Ser)

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Que eu não perca o sentido desta f(r)ase:
Acolher a felicidade é coisa para os fortes.
É preciso ter coragem.

sábado, 20 de agosto de 2016

"Me irrita, é claro, às vezes uma pessoa me dizer 'ah,  você sem maquiagem é muito mais bonita do que com essa maquiagem toda.' Porra...tá, eu fui talvez privilegiada quando eu nasci, quando eu era jovem (mas também na juventude até o feio é bonito). Quero ver mesmo é depois de velho, aí é que é a arte de envelhecer. Mas quando eu era jovem eu era talvez bonita, naqueles termos, né? Mas isso foram meus pais que fizeram. E Deus. E a minha genética que fez. E o que eu faço de mim? É isso o que me importa: o que eu faço de mim. Eu não sei pintar. Eu não sei compor. Eu não sei escrever. Eu sou muito limitada dentro das minhas coisas. Então por que eu não posso fazer de mim uma obra de arte?"


(Elke MARAVILHA in Elke, 2007)

A vida é mudança. Muitas vezes, enquanto nos transformamos, mostramos quem realmente somos.
Aí então é que nos revelamos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Catarse

Ainda dói. Não retomei essa parte de mim destruída, reduzida a cacos, perdida.
A dor que sinto é por lembrar do que fomos e nem de longe somos hoje em dia. Por mais que eu tente, as marcas estão fortes - tatuagem no peito, angústia pelas fotografias. O mal que foi feito são minhas lembranças mais nítidas. Como é difícil esquecer. Lembro dos textos que eu lia, escuto aquela música e me vem o desespero que me tomou logo em seguida. Faltou o ar. Fiquei atônita, encarando a tela que me mostrava o que eu não queria enxergar. O telefone tocando. Eu escondida no banheiro para que ninguém me visse chorar. A chuva fechando novembro, as gotas caindo pelo meu rosto, meu cabelo emaranhado pelo vento. Eu sempre tentei entender os porquês. Eu sempre tentei me convencer. Eu não conseguia falar sobre nada sem chorar, sem pensar, sem sangrar. Não conseguia me explicar. E aí, pouco tempo depois, a história se repetia. De novo. De novo. De novo. Por egoísmo ou covardia, eu resisti enquanto você me destruía. Hoje me desconheço. Carrego amargura no meu peito. Todos os nós que eu considerava fortes, foram desfeitos. E não há nada que faça mudar.

A gente sempre sabe o quanto pode ferir alguém.

É uma escolha própria machucar.

(Para K.)
Poesia é o encontro depois de uma longa despedida: é o beijo das palavras.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Que eu irradie luz e me guie pela simplicidade por onde eu for.
Que cada passo por mim dado deixe sempre marcado um sinal de amor.
Sempre foi difícil sorrir. Enquanto crescia, percebia em mim uma estranheza em mover os lábios e escancarar meus dentes. Achava o sorriso que se desenhava estranho, forçado, às vezes falso. Observavam a seriedade, a languidez que permeava meu olhar: havia um descompasso. Nunca me importei muito com o que pensavam, mas nunca gostei de sorrir nas fotos, isso é fato. A princípio, achei que era uma questão estética (também era), razão pela qual coloquei aparelho dentário. 
Resultado: passei a sorrir ainda menos devido ao aparato metálico.

Mesmo depois de ter os dentes alinhados, o sorriso não saía.
Esse texto todo, aparentemente banal e despretensioso, me veio com um pensamento: a gente mostra aquilo que a gente sente. Por mais que se ensaie um sorriso, não dá para forçar um sentimento de alegria, por exemplo.
Ainda há muito fora do lugar. Aos poucos estou fazendo a faxina de rancores e mágoas e deixando o meu jardim de dentro florescer. Eu me sinto mais leve. Quero amadurecer e ser alguém menos dura e crítica, embora seja tarefa difícil. Quero resgatar os sorrisos que eu dei na infância, quando pouco me importava a beleza na imagem estática da tela. Tudo é efêmero. Temos que valorizar as singelezas da vida. Um olhar, um abraço, um sorriso. 

Quando estamos em paz com quem somos, sorrir é sempre algo lindo.


Nosso amor não possui parâmetros
Não se compara a nada
Juntos somos melhores: eu e você 
A gente se basta.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro."
(Chico Buarque in De Tanto Amar)

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

'Apenas uma varanda'

Foi o que eu pensei antes de tentar discorrer sobre qualquer coisa. Encaro a tela em branco, faço rodeios, fujo. Criei o péssimo hábito de deixar para depois, com aquela falsa esperança de que, num ímpeto, surgirá uma ideia brilhante.
Quem sabe até consiga escrever com a fluidez de antes.
Sentada à espreita, na varanda. Era assim que me vinham os pensamentos mais urgentes, os sentimentos mais desesperados, os versos mais inéditos. Não custava nada: ela, a inspiração, sempre chegava, normalmente num fim de tarde enquanto o sol se despedia. A menina e a sacada teciam a paisagem. Ali, naquele momento preciso, a mágica  (e a rima) acontecia.
O momento é novo, o tempo é outro, falta a varanda compondo o cenário. Preservo todos os meus silêncios, dou às palavras espaço. Não me desespero, apesar da melancolia.
Respeito os meus instantes.
Só em liberdade se faz poesia.
Num mundo em que muitos apenas aparentam, mantenho minha simplicidade fazendo o melhor que posso: sendo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Onde Deus possa me ouvir (Vander Lee)

Sabe o que eu queria agora, meu bem...?
Sair chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém.
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Meu amor...
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui pode sair

Adeus...




Minha admiração, meu encantamento, minhas lágrimas que deixo escorrer enquanto ouço suas canções que afagam o peito e eriçam meus pelos.
Obrigada, obrigada, mil vezes obrigada por tocar a minha alma com sua sensibilidade exacerbada. Gratidão pela poesia cantada.
Você será eterno em suas palavras.
O amor cabe no verso, na marca de batom estampada no espelho, numa frase que se ensaia sem pretensão de ser falada, no poema pichado no muro, na fotografia em cima da mesa, no canto da sala. O amor cabe no beijo, cabe nas mãos dadas.
O amor cabe nas palavras.
O amor cabe no silêncio e no grito.
O amor cabe num vocativo.
O amor cabe em qualquer lugar.
O amor quer apenas ser visto.
Ser reparado, cuidado e sentido.
O amor mora no olhar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O Universo nos dá a oportunidade de transcender a nossa passagem pela vida. Alguns chamam de rotina, outros preferem dia a dia:  eu não, prefiro alternativa.
Há uma infinidade de caminhos que podem ser trilhados quando abrimos nossos olhos e aceitamos com otimismo a chegada de um novo amanhecer.
É passar a enxergar as chances com novas perspectivas. Nada decorre do acaso, somos tudo aquilo que a gente vibra. Somos nossas escolhas. Quando enxergamos o mundo de maneira positiva, quando vibramos luz, paz e boas energias, não há má sorte que interfira: o Universo conspira.
A maturidade é o maior presente que o tempo pode nos dar. Olho para trás com poucos arrependimentos, hoje entendo que até do que fizemos (ou nos fizeram)de mal e dos erros que cometemos, é possível extrair aprendizado e, sobretudo, crescimento.
Acredito que o verdadeiro sentido da vida consiste nas mudanças que nos permitimos enfrentar, na construção diária de quem somos e, como consequência de tudo, no nosso melhoramento.
A evolução se dá a pequenos passos, mas alcança seu principal fim: a paz de estar onde se almeja sendo honesta e completamente feliz.


terça-feira, 2 de agosto de 2016

perDOAR: entregar o melhor de mim quando o que recebi do outro não foi tão bom assim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Abrir os olhos de manhã e ser grata pela vida, pela poesia, pela chuva batendo no vidro ou pelo sol rompendo as cortinas. Gratidão pela possibilidade de colocar os pés no chão, de lutar contra a preguiça e de amanhecer com a certeza de que não importa o que aconteça:
será sempre um bom dia.