domingo, 28 de junho de 2015

"Aquele
Que não morou nunca em seus próprios abismos
Nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas
Não foi marcado. Não será exposto
Às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema."
(Manoel de Barros)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Apesar da transitoriedade do mundo,
não gosto daquilo que perece
Há que se conservar a eternidade

das coisas
Mesmo nos momentos mais breves
Muito se (es)vai
Quero apenas o que permanece

O melhor abraço é aquele demorado
Que abarca o outro por inteiro
Que além de abrigo
Proteção e carinho           
É também morada.

sábado, 20 de junho de 2015

Na leveza do ato de escrever    
Nas mãos dadas, no abraço demorado, nossa casa                              
Versos simples me invadem desde o amanhecer
A inspiração me acorda com "bom dia"
Teço uma rima bem bonita sem querer
Eis que surge uma poesia:
Eu soo (e sou) melhor com você.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Me permito dispersar pela madrugada, abandono os sonhos e acolho a lucidez que só acontece quando estou acordada.

Quase durmo, mas os pensamentos me vêm em desespero, ansiosos para se tornaram palavras.

Sou apenas mediadora, instrumento. 

O que eu sinto tem vida própria:
É transbordamento.
"Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta"
(Novos Baianos)
Nada é alheio ao tempo
O destino de certas coisas é mesmo o esquecimento.
Deixa o cigarro aceso
A brasa queima iluminando o que apagou cedo.
Mal te conheço
Você não sabe quem eu sou
Ainda assim arrumo as malas
Abandono os mapas
Te dou a minha mão
E vou.
As palavras me invadiram
Tomaram conta do meu peito
Transformaram a taquicardia em versos
Poetizaram meu corpo, não houve jeito
Juntaram meus cacos, meus rascunhos, meus pedaços
Me reiventaram
Hoje sou inteiro.
Escrever é desatar os nós na garganta. É sofrer bem quietinho, abarcando cada sensação com carinho para maturar as palavras. Às vezes a gente precisa chover por dentro, de mansinho, para regar os sentimentos. A inspiração é semeadura, colheita que alimenta e cura.
Sentir é estado bruto.

A poesia brota: fruto.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Estendo a minha mão para que um toque transforme essa saudade que de mim transborda. Em paz. No silêncio do nosso agora.
Bem aqui, do lado de dentro, esquerdo do peito.
Onde há tempos você (de)mora.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

                                                         
É muito difícil conceber que haja tanto preconceito atualmente. Vou me ater à homofobia, embora o racismo, o machismo e outras formas de discriminação ainda resistam.

Não entendo essa perseguição às relações homoafetivas e desconstruo cada "argumento" apresentado em oposição a esses relacionamentos.


Ouço absurdos que definem essas relações como " maus exemplos", "fim da família",   "libertinagem", "imoralidade". Ocorre que muitas das pessoas que batem no peito para levantar a bandeira de "supostos valores", mantem casos extraconjugais, são ausentes na educação dos filhos, não acompanham sua rotina escolar, são agressivos no trânsito, furam a fila no ônibus, etc. Infelizmente é muito mais fácil apontar o dedo e julgar o outro do que olhar pra si mesmo e cuidar da própria vida.

Em consequência disso discursos de ódio são proferidos por "seres humanos", supostamente capazes de raciocinar, me fazendo sentir enojada e envergonhada de fazer parte de uma sociedade absolutamente hipócrita e radical. Querem marginalizar, criminalizar e até assassinar os homossexuais! Pensava eu que o nazismo tinha morrido com Hitler. Ledo engano.
               
Conheço homossexuais incríveis e heterossexuais dos quais quero distância. E vice-versa. Orientação sexual não molda caráter. Educação, tolerância e respeito sim.

Qual é a dificuldade de compreender que nós não temos NADA A VER com a vida alheia, com as escolhas que cada um faz para si? E mais, essa intolerância mascarada de preocupação não tem sentido. As crianças devem ser educadas para se tornarem adultos conscientes, livres de preconceitos,  amando e respeitando ao próximo. 

Isso mesmo, tudo se resume a uma palavra: AMOR. Convivemos com  corrupção, mentiras e violência, os meios de comunicação veiculam problemas sociais e políticos diariamente e uma parcela enorme da população se mobiliza para CRITICAR, OFENDER e MACHUCAR pessoas que simplesmente amam (e sentem prazer) de uma forma diferente da sua. Isso é vergonhoso.

A leveza da vida está nos caminhos que tomamos. Na escolha de dar a mão ou tacar pedras. O amor é um sentimento universal, que traz felicidade e paz. Não deve ser condenado, pelo contrário. Deve
ser estimulado e espalhado aos quatro ventos porque inspira qualquer um que tenha dentro do peito um coração.

Não um campo de concentração.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

"São coisas da vida e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica"
(Rita Lee)

Encarar o passado, cada momento difícil, cada erro cometido, cada incerteza, cada lágrima derramada, cada obstáculo, cada bagagem abandonada e extrair de tudo isso muito mais que apenas aprendizado. Sou cada passo dado. Cada caminho traçado. Eu sou o que eu escolhi viver e sentir.
É a graça da vida, enfim.

Dia após dia carrego comigo uma única certeza: eu dei o melhor de mim.

sábado, 6 de junho de 2015

Pétala (Djavan)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

"Componho pra dar forma ao caos que trago, engasgo, trafego e naufrago - é assim que dele posso me aproximar sem também sumir de mim. Alto míope inverso, quase cego, não enxergo mesmo é o que está mais perto."
(Nando Reis)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Se há amor,
as coisas todas,
repito: TODAS,
ficam mais bonitas.
                 
Confundo minhas palavras e anseios, pois aprendi a ser comedida até quando escrevo. Analiso tudo enquanto vejo. Sobra o silêncio do não dito, páginas em branco, rasuras, nada parece capturar a essência do que sinto. Hoje eu entendo que preciso ser leal comigo até nos meus momentos de escassez. Respeito meus vazios, minhas próprias lacunas. Eu mesma sou um ser inacabado, meu aprendizado é diário, a mudança nunca tem fim.
Aprimoro quem sou vivendo.           
Escrevendo eu sei mais de mim.