Eu não sou a mesma pessoa de janeiro. A maior diferença talvez seja o fato de eu estar muito consciente dessas mudanças, que não são apenas uma tentativa de convencimento, uma história que a gente conta para se alienar. Não estou me dando um tapinha nas costas até porque não acho que as transformações foram necessariamente positivas.
Elas só foram urgentes.
Duas palavras me invadem enquanto escrevo. Consciência e presença. Talvez esses sentimentos aprendidos na marra tenham me ajudado a atravessar com alguma leveza todos os desafios impostos (e não foram poucos).
Além disso, compreendi a importância do outro. Seja pela falta, seja pela presença. Toda a dor e toda a alegria que tive esse ano foram pelos meus amigos. E pela generosidade de cada um que me estendeu a mão no meu momento mais difícil, deixando de lado o seu próprio sofrimento para ofertar amparo. Eu sou melhor porque carrego cada um deles comigo.
Sou grata pelo amor que me move diariamente, pelas conversas que temos, pelas dificuldades que enfrentamos juntos, pelos momentos mais triviais que compartilhamos e que, para mim, são tudo. O amor é gigante porque cabe nos detalhes, nas pequenas conquistas, na solidez da rotina.
Em vez de pensar sobre o que o próximo ano trará, penso nos pequenos grandes privilégios de viver 365 dias me encarando sem medo e com o suporte de pessoas maravilhosas, que romperam as barreiras de distância e tempo para se tornarem presença.
Espero viver um dia de cada vez ainda mais presente e comprometida com as minhas escolhas. Espero permanecer atenta, aberta e disposta a mudar o meu olhar. Pensei em escrever sobre me reinventar, mas não é sobre isso. É sobre reconhecer quem eu sou e, sobretudo, me respeitar.
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