quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Às vezes, me pego pensando se ainda consigo escrever. Elaborar os sentimentos e arranjá-los de um jeito que só eu entenda de verdade, mas que alcance quem (ainda?) me lê.

Tudo é tão rápido. E eu sinto falta de um momento anterior, em que eu era capaz de olhar para dentro com total honestidade, sem rodeios, sem medo.
Porque escrever era, de certa forma, o meu grito de independência. Nada me continha. Eu transbordava.

De vez em quando revisito meus textos. A transparência ainda me assusta. Mas o tempo passa e a gente endurece, ainda que haja aquele ínpeto de procurar a beleza por meio do olhar.

Tem sido raro. A última vez foi assistindo a um documentário no canal Curta. Num ímpeto, pensei: era assim que eu queria viver. Traçando paralelos entre obras literárias, escavando entrelinhas e subtextos, vivendo de palavras. 

Viver de palavras. 
Parece utopia, não é?
Durante muito tempo fiz delas meu amparo, minha estrada.

Preciso voltar para casa.

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