quarta-feira, 3 de abril de 2019

Reativei temporariamente a rede social com o intuito de localizar um texto antigo que, na minha memória já empoeirada, ainda faria algum sentido. E fez. De um jeito insuspeitado.
Me dei conta de muito. De quase tudo. 
A essência permanece a mesma, mas abandonei pelo caminho algumas máscaras. 
Hoje entendo muitos dos subtextos escondidos no arranjo meticuloso das palavras. Algo como tentar arduamente ser inteiro mostrando só a metade. Poesia, assim como a vida, não se limita a belas rimas. É preciso ir além. Tocar ou não tocar.
Desaprendi muito nesses últimos anos. E estou desaprendendo um tanto, transformando sempre que possível o costume do olhar. Esqueço para lembrar. Por muito tempo eu olhei, mas não era capaz de (me) enxergar. Falava tanto sobre mergulhar em abismos e encarar os vazios, mas nunca de fato me permiti estar nesse lugar. E há quase 2 anos venho travando essa batalha de me manter sã e equilibrada em meio ao maremoto, sem saber ao certo nadar.O fato é que eu não nasci para desistir. Se extraí algo do medo, foi a coragem de, ainda que sem jeito, bater os braços e continuar. Essa ressaca não me traga: eu me recuso a naufragar.

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