quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

As palavras me atingiram em cheio
Nada de sangue, apenas lágrimas 
Dei vazão ao choro, era o que eu podia fazer, 
O vazio invadiu meu peito
a dor cumpriu com maestria o seu papel: doer

Mesmo com um bocado de frustrações na mala
Não me habituo à mentira, à falsidade, à hipocrisia deslavada
Não sei lidar com mau caratismo
Sou despreparada

Minhas mãos trêmulas tentavam controlar as batidas taquicárdicas
Frágil, Caio Fernando diria,
Desesperada
Seus pés perdem a capacidade de tocar o chão
E o mundo, naquele microssegundo, demora a girar
Tudo o que você sente é o corpo em frangalhos, os estilhaços espalhados do seu coração

Mais uma decepção para a conta
Bem vinda à coleção

A ferida ainda lateja
As perguntas martelam incessantemente na cabeça
Mas posso mudar a minha perspectiva sobre essa história
Não há que se falar em esquecimento: 
me orgulho muito da minha memória
Escolho abandonar os ressentimentos
Entrego tudo nas mãos do tempo
Para não transformar a mágoa em marca
Escrevo, reescrevo e amasso a página
Porque eu sei que mais uma vez:
Isso também vai passar.