domingo, 26 de novembro de 2017

Eternal sunshine
Mente sem lembranças
"Just a fucked up girl who's looking for her own peace of mind"
É sobre pertencer
E encontrar o seu lugar
É sobre se perguntar:
Am I exactly where I'm supposed to be?
E simplesmente estar.
Faz 25 graus na noite dessa cidade que só chove. É novidade um clima tão ameno quando o sol, na maior parte do tempo, flameja e arde.
Pouco sei das cores lá fora, nem sei que horas são, mas é sempre tarde.

Andamos sós, eu e o tempo. Ele, apressado, vezenquando me atravessa correndo. E eu, quase sempre estática, ando desesperada por movimento.  Tento me encontrar nos discos, nos filmes, em textos alheios. Busco, do meu jeito torto, fazer as pazes com os ponteiros. Estou presa entre as quatro paredes do quarto e do medo.
Estou tentando arduamente ser quem eu sou.
Talvez seja por isso que escrevo.
"Anchored and yet free"

Poderia ser uma próxima tatuagem ou reflexo dessa minha urgência por liberdade. Não acho coincidência: nasci dia 7 de setembro, sol em virgem, ascendente em aquário. Dia da independência.
É que eu tenho lido muito e mergulhado em tantos mundos, me sinto a cada dia mais distante de quem eu era e mais próxima de quem eu quero ser. Mas se você me perguntar agora quem sou, serei breve e honesta: ainda não sei.
Tenho 27 anos, um bocado de lembranças e estou traçando meus caminhos, construindo, a cada dia, a minha trajetória. Já estive mais à vontade comigo, já fui menos exigente e paranoica, mas estou tentando, voltando o meu olhar pra dentro, me (re)conhecendo. Isso é o que realmente importa.
Estou constantemente de mudança.
Sou instável, inconstante, ambígua e transitória.
A cada dia aprendo um pouco mais
Ser feliz é abraçar a si mesmo, se olhar no espelho e dizer: 'obrigado por não desistir. 
Tenho muito orgulho da sua história.'
A cada dia me forço a crescer, a romper barreiras, a vencer o medo, as crises, a depressão. Às vezes me sinto completa, leve e plena. Às vezes me sinto no olho do furacão. Espero demais de mim, crio e quebro minhas próprias expectativas, respiro com as mãos no peito, me desespero. Brigo, choro e faço as pazes comigo. E agradeço.
É por andar na corda bamba que alcanço o equilíbrio.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Abandonar atalhos
Reconstruir caminhos
E fazer de si mesmo seu próprio lar.
Já uso a expressão "naquele tempo"
Quando o tempo era só um ponteiro em movimento passando devagar
Hoje eu compreendo
A leveza consiste em simplesmente ser
E estar
Tudo o que existe (e resiste) é o agora
Só se sabe eterno quem não tem pressa de chegar

domingo, 12 de novembro de 2017

Atravessar novembro traz consigo um peso muito parecido com antigos agostos. Chove quase todos os dias e o azul do céu é tomado por escalas de cinza.
Não ligo a tv, acordo cedo, leio. Ouço jazz dos anos 30 enquanto volto um pouco no tempo.
Tenho dado alguns passos em falso, mas insisto em redescobrir os caminhos. Faço de mim minha casa, minha morada. Me abraço, me acalmo, me faço companhia.
Repito todos os dias: 'o melhor está por vir, não desista.'
E eu acredito no que digo por pura teimosia.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

"O apreço pela jornada é uma questão de sobrevivência
É preciso gostar do erro,
Topar se arrepender
Ver orgulho na caminhada, por si só.
Sabe,
Não dá pra ter tristeza muito longa
Nem alegria de mentira
Há tempo
E há vida."

(Mallu Magalhães)