Não foi por você sempre encontrar uma forma de manter contato.
Nem a desculpa de me proteger da chuva naquele dia nublado.
Não foi o primeiro beijo roubado, ansioso, taquicárdico.
Nem o cheiro do charuto impregnado no meu olfato.
Não foi o sinal no canto da boca agora escondido pelo seu cavanhaque.
Nem a gravata mostarda até hoje guardada na gaveta em nosso quarto.
Não é por eu quase sempre morrer de frio e você me aquecer com o seu abraço.
Não é por você tocar violão baixinho e eu gostar tanto da sua voz, sempre pedindo pra você cantar mais alto.
Não é o fato de você ter falado eu te amo primeiro naquela manhã do dia 23.
Nem é o sorriso arrebatador e desconcertante que você tem.
Foi porque antes mesmo da chuva, do beijo, da gravata, do cheiro, eu sabia que era você.
(E minha resposta desde sempre foi 'eu também')