Eu tinha 8 anos. E minha mãe tinha o costume de fazer coletâneas em fitas k7.
Aleatoriamente, ouvi uma música que começava assim "Parece cocaína mas é só tristeza..." Foi aí então que tive meu primeiro contato com a poesia do Renato Russo. Depois de algum tempo, minha mãe me contou que durante a gravidez ela ouvia muito os discos da Legião Urbana, porque um amigo dela, o tio Beto, era muito fã da banda. Cá estou, 27 anos depois, com uma tatuagem na nuca e mais fã do que nunca. Fiz grandes amizades trocando ideias sobre os discos. Aprendi meus primeiros palavrões ouvindo Faroeste Caboclo. Escutava Quando Você Voltar e Os Barcos para atravessar as desilusões. Fiquei muito politizada graças a Perfeição. E se hoje estou aqui, é porque resisti ao som de Metal Contra as Nuvens.
A Legião Urbana moldou muito do meu caráter.
Hoje faz 21 anos que o Renato Russo morreu. Não há um 11 de outubro em que eu não me recorde de todo o seu talento. Os valores de tolerância, afeto, respeito, indignação e esperança eu adquiri ouvindo suas músicas. Guardo a Legião Urbana num lugar sagrado.
Obrigada por ser trilha e inspiração de tantas vidas. Esse talvez seja o seu maior legado.
Urbana Legio Omnia Vincit
Força Sempre