"Se as pessoas escassamente sensíveis e inteligentes tendem a fazer mal aos outros, as pessoas muito sensíveis e inteligentes tendem a fazer mal a si mesmas: quem é muito sensível e muito inteligente conhece os riscos que comporta a complexidade disso que a vida escolhe para nós ou nos consente escolher, é consciente da pluralidade da qual somos feitos, não somente de uma natureza dupla, mas também tripla, quádrupla, das centenas de hipóteses da existência. Este é o grande problema daqueles que sentem demasiado e entendem demasiado: que podemos ser tantas coisas, mas a vida é uma só e nos obriga a ser só uma coisa, aquela que os outros pensam que nós somos."