segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Amanheço no último dia de agosto. Atravessei o mês com a melancolia ancorada no peito, tentei apressar em vão os ponteiros.  Não sabia, entretanto, que  agosto é dono do seu próprio tempo. Agosto desconhece anseios alheios.
Tudo está fora do lugar, principalmente por dentro. Fiz do sono meu melhor amigo, adio o quanto posso a hora de despertar. De nada adianta: me pego de olhos abertos divagando em meus pensamentos. Encaro tetos e paredes e vazios infinitos. A minha sede água nenhuma mata. Não como: minha fome não é saciada.

Sinto urgências. E querendo demais me firo. Perdida no meu avesso, desconheço o meu  inteiro. Sinto a ausência: o espelho reflete o que falta em mim.
Cacos quebrados.
31 pedaços espalhados.
Agosto corta.

Setembro cura, enfim.