quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
O escritor tem o poder de transformar o que sente em movimento e ação . A palavra pode até ter sentido sozinha, mas a sua beleza é escassa na solidão. A palavra nasceu pra rimar, para ser oração, encadear períodos. A palavra é encantada, mas exige contato e calor.
Só brilha em conjunção com as demais.
As palavras nasceram para andar de mãos dadas. A literatura traz essa magia, pois desse encontro às vezes surge o inesperado: amor.
Mas prefiro chamar de poesia.
Virgem
É que eu me peguei vendo algumas fotos antigas e me deu vontade de escrever sobre esse processo que eu, ingênua, pensava que não chegaria. Sinto vontade de acender um cigarro na varanda e ver a noite escurecer o dia, já que certamente não vou dormir tão cedo. O sono é mais difícil e raramente traz sonhos consigo.
As madrugadas me convidam a pensar, as luzes da cidade, a boêmia, até então íntima, não me são tão atrativas (e nem sou tão velha assim). Ocorre que a vida se encarregou de abandonar velhos hábitos, de reorganizar minha rotina. E isso não foi nem um pouco ruim.
Falo menos, ouço mais. Sinto que há um bloqueio inclusive no que tange à escrita. Preservo as palavras, elas são sagradas. Exponho apenas o que precisa transbordar. O essencial eu guardo pra mim.
Aprendi a ser seletiva com o que sinto. Contenho minhas lágrimas. O tempo é muito escasso, não me permito aprofundar dores e dissecar mágoas. Até porque consigo extrair alguma verdade no tal clichê de que "tudo passa".
Cuido de mim, preservo a paz e a reflexão dos meus momentos comigo. Rio sozinha, passo horas a fio pensando na vida, cantarolo minhas músicas, leio meus livros. Me desestresso fazendo faxina. Aceito a nostalgia. E me sinto mais viva.
Sem que eu percebesse muito em mim mudou. Penso e ajo de forma inimaginável há algum tempo. E também sei que não serei a mesma daqui a um segundo. Tudo que é vivido, ainda que difícil, serve de aprendizado.Tiro lições de cada momento.
Nada é estável. Vivo as minhas transformações por fora e por dentro.
Nada é estável. Vivo as minhas transformações por fora e por dentro.
Não é à toa que o meu signo é mutável:
Estou ocupada demais sendo.
Estou ocupada demais sendo.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Cuido de você como extensão do meu próprio ser. O teu bem é a minha verdadeira alegria. Gosto de semear esse carinho e cuidado pois colho essa luz nos teus olhos, esse sorriso que ilumina os meus dias. Que inspira uma poesia que transcende a escrita porque é intensa e profundamente vivida.
Gosto do teu repouso no meu colo, do teu descanso no meu abraço, da tua mão entrelaçada na minha.
Se me afasto, você acorda assustado e me puxa de volta pra si.
Ninguém desata esse nó que foi dado. Ninguém desfaz esse laço.
Juntos vibramos paz e luz. Juntos afastamos qualquer energia ruim. O nosso amor é o maior escudo. Somos fortes juntos.
E será sempre assim.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
"Estou todo perdido, todo enrolado nos meus “adentros”, E não acredito que você pudesse melhorar a situação. São coisas muito minhas, incomunicáveis."
(Caio F. in Cartas)
E tento. Não por você ou pelo que aconteceu, e que interrompeu os tantos caminhos que a gente tinha começado a tecer. Escrevo para organizar as ideias, digeri-las. Para esquecer. Veja bem, apenas esquecer. Não usei nenhum pronome, não te inclui nesse meu intento porque você me machucou, mas o depois, toda a situação por mim experimentada...isso você sequer imaginou. Você jamais poderia se colocar no meu lugar. E confesso que fiquei surpresa quando você decidiu interromper os silêncios que atravessaram meus dias para falar. E até agora não sei o que dizer. Ou o que pensar. Você não suspeitou das noites insones, das lágrimas contidas, da dor que eu tentava disfarçar com sorrisos, da saudade que persistia, da falta de coisas que eu jamais imaginaria, das palavras que eu ensaiei te dizer, temendo não ser ouvida. Não pensei que sentiria tudo tão profundamente, que me sentiria tão ferida ao ponto de me perguntar se eu seria capaz de amar novamente nessa vida. Por pavor de me entregar, de me doer e ficar sozinha. Que amor é esse, me explica? Que me encheu de luz, de paz, de tanta alegria e que no fim das contas me deixou vazia? Onde aprender a não odiar esse lado seu que desconheço? Como reacender esse brilho nos meus olhos até então visto apenas enquanto estive com você? Como me perdoar por achar que eu quero sempre demais? E estragar tudo por pensar que eu não mereço? Como recomeçar?
Como esquecer?
Para Beth, Kamille e Danielle. Por fomentarem o meu desejo de escrever com os sentimentos de vocês, tão únicos e universais. Por permitirem mergulhar nessas sensações e traduzi-las em palavras. Todo o meu amor pra vocês. Pra sempre serei grata.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Presente
A responsabilidade de um ano novo, de experiências inéditas e outras tentativas é uma dádiva concedida a nós todos os dias. Mas isso só tem sentido quando a mudança é por dentro. A nossa essência é íntima e sagrada demais. Só diz respeito a nós mesmos. Não merece ser exposta.
Tenho pena de quem vive uma vida de aparências, que tenta forçar relações, que mente sobre si mesmo por vergonha ou medo, já que o tempo passou depressa demais e sua vida se resume a uma exposição desenfreada de fingimentos, de inveja e de tentativas (malsucedidas) de contaminar os outros com suas frustrações e tristezas. Tenho pena de quem tenta destruir o outro em vez de juntar os cacos e recomeçar. Tenho pena de quem acredita que pode ser feliz às custas do sofrimento alheio.
A essas pessoas eu ofereço a minha mais genuína e verdadeira alegria.
Graças a Deus aprendi a me reservar e cada escolha que tenho feito me dá a dimensão real de quem eu sou, com erros e acertos. Minha vida está longe de ser vazia, porque dou a ela significado, cor e poesia. Prefiro cuidar das palavras, da minha casa, da minha alma. Prefiro viver a minha realidade em vez de capturar os momentos em fotografias.
Todo dia é ano novo, contagem regressiva. O fim é inevitável, mas o que importa mesmo é a jornada. Estou viva, sou inundada de amor e escandalosamente feliz.
O que eu tenho ME basta.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
domingo, 4 de janeiro de 2015
Contemplar é a minha forma de dizer ao Universo o quanto sou grata. Pelas paisagens, pelos raios de sol cortando a linha confusa entre o mar e o horizonte, pelos silêncios interrompidos pelo barulho dos pássaros e do vento. A sua beleza não pode ser capturada em fotografias. Apenas olho. Respiro fundo. Mantenho a imagem gravada na minha retina.
Quanto às sensações experimentadas...elas transcendem palavras. Guardo-as comigo. Singular, único, indefinível.
É só meu o que sinto.
" Vista de fora, de onde eu estava, era uma árvore assim, como um lindo deva que eu quase via, roxo e amarelo como as flores, meio que dançando, quem sabe tocando flauta em volta dela. Então lembrei do escuro e achei que entendia e sem querer formulei com dificuldade uma coisa mais ou menos assim: é daquele emaranhado cheio de dor e angústia fria e solidão escura que ela arranca essa beleza que joga pra fora."
(Caio F. in Morangos Mofados)
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Feliz 2015
"Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre."
(Drummond)
A felicidade verdadeira não se mostra sorrindo, pois sua profundidade não cabe no escancarar de dentes.
Ela vai além: transcende a paisagem, a companhia, a fotografia.
Felicidade de verdade só tem dentro de si aquele que vive intensamente a própria vida.
A felicidade verdadeira não se mostra sorrindo, pois sua profundidade não cabe no escancarar de dentes.
Ela vai além: transcende a paisagem, a companhia, a fotografia.
Felicidade de verdade só tem dentro de si aquele que vive intensamente a própria vida.
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