Estou só. Nos fins de tarde, nas noites dessa cidade desconhecida. Estou só, acolho os silêncios, ouço apenas o barulho da taquicardia. Estou só na sala, me perco em memórias que não são mais minhas. Estou só nas fotografias. Aproveito o ensejo e me olho no espelho ao som de Marina: "Às vezes eu quero demais e eu nunca sei se eu mereço". Estou só, tão à vontade comigo, por quase um segundo te esqueço. Estou só na cama vazia. Estou só, a luz do poste lá fora nada ilumina. Estou só no escuro. Estou só na minha. Estou só. A solidão preenche os vazios que você deixou na minha vida. Estou só, juntei os cacos. E a liberdade de me ter inteira me faz companhia.