sexta-feira, 11 de abril de 2014

O que aprendi com Sarah Kane

“I am an emotional plagiarist, stealing other people's pain, subsuming it into my own until I can't remember whose it is any more.” (Sarah Kane)


Além da literatura, passei a buscar inspiração em outras fontes. A mais recorrente vem sendo o cinema, pelo qual sou completamente apaixonada. Deparei-me com um curta chamado Reflections of a Skyline, cujas críticas eram excelentes, e não vi outra alternativa a não ser assisti-lo. Vi incontáveis vezes, me emocionei em todas elas e, curiosa que sou, procurei saber quem tinha elaborado um roteiro tão poético e sensível. Descobri que o curta é, na verdade, uma adaptação da peça teatral Crave, de Sarah Kane. A história dessa mulher é completamente triste, ela reproduzia nos seus escritos todo o seu desespero, angústia e, sobretudo, seu amor dilacerante. A escritora cometeu suicídio em 1999, aos 28 anos, tendo sido internada algumas vezes em clínicas psiquiátricas com o diagnóstico de depressão.

Passei a não exigir tanto de mim. Alguma vezes escrevi aqui no blog sobre a dificuldade de transformar tudo o que sinto em palavras . Não se trata de mero bloqueio criativo ou a ausência de algo que me inspire, pelo contrário: as palavras não conseguem alcançar o que sinto no momento.

Aprendi a respeitar o meu tempo, a traduzir o que vejo e sinto em reflexões e pensamentos. Estou amadurecendo os meus textos, embora eu viva a poesia no meu cotidiano. Estou crescendo como pessoa também. Os silêncios, sobre os quais já discorri, são eloquentes. Respeito -os em demasia. E sinto. Essa aparente reclusão é, na verdade, aprimoramento. O caos também gera coisas incríveis.  E o resultado final certamente será belo.