sábado, 20 de julho de 2013






"Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade"

(Camelo)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A mais bonita







Não, solidão, hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar

Bonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita
Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei

(Chico Buarque)

domingo, 14 de julho de 2013

O que ficou para trás em 2012




Escrever, escrever, escrever sempre. Quem nasceu com as palavras na ponta dos dedos e com a poesia à flor da pele sente.

(28/11/2012)

*

Eu nasci de mãos dadas com a liberdade. Minhas asas estão abertas, aprendi a voar em direção da felicidade.


(28/11/2012)


Brainstorm

Sou uma escritora às avessas, acredite. Enquanto a poesia tece suas rimas, as palavras me (d) escrevem.

(Em 20/02/2013)

*


A felicidade da gente tem que ser um tantinho egoísta às vezes.

(Em 26/02/2013)
*



Num mundo onde traições são comuns e a mentira tem data pra ser celebrada, sou questionada por acreditar. Há quem creia no poder da religião. Há quem não creia em nada. Em meio aos céticos e para quem vê na data de hoje alguma graça, digo: o amor é o meu principio. Independe de qualquer pessoa, de ser ou não recíproco. O amor salva. Essa é a minha verdade. É nisso que acredito.

(Em 01/04/2013)

*

Medo da morte? Não tenho. Temo partir e não amar o máximo que eu puder, extrapolando todas as formas, com toda a força do meu ser. Essa incapacidade, no fim das contas, também é um jeito de morrer. Ainda pior, já que se continua "vivendo" ( para mim só há vida com amor, com o coração, literal e metaforicamente, batendo).

(Em 02/04/2013)

*

Se me perguntassem, eu diria que não mudaria nada. Defino assim essa adequação inesperada: paz.

(Em 04/04/2013)

*

Pega impulso, respira fundo e voa. Não há porque temer o abismo. Nós não temos asas à toa.

(Em 04/04/2013)

*


O ruído dos carros rompe a madrugada de silêncio, vejo as folhas dançarem com o passar do vento. O relógio tiquetaqueia apressando o que é lento. Não há ponteiros que me afetem, entretanto: sou senhora do meu tempo.

(Em 05/04/2013)



*


Rascunhos, textos inacabados, folhas em branco no caderno e amassadas pelo chão. Não completo as frases, não construo uma oração. Não ter o que dizer faz todo sentido, pois é com silêncios que componho meu período. Não uso palavras em vão. Nas minhas entrelinhas há muita coerência. Não gosto do ponto final. Prefiro as reticências...


(Em 07/04/2013)


Se eu não voltar



Se eu não voltar, deixei a roupa batendo na máquina, o cheirinho do amaciante vai se espalhar pela casa, acho que você vai lembrar. Se eu não voltar, queria te avisar que não terminei de ler A paixão segundo G.H., as páginas estão marcadas, pode continuar. Se eu não voltar, tem Ades na geladeira, sei que pouca gente gosta, mas pode tomar. Se eu não voltar, tem uns vestidos novinhos, com etiqueta até, pode usar. Se eu não voltar, tem uma caixa cheia de lembranças, pode queimar. Se eu não voltar, pode ficar tranquila, eu não deixei louça pra lavar. Se eu não voltar, não é porque desaprendi o caminho; é porque descobri que a estrada é o meu lugar.

(Em 16/05/2013)

sábado, 13 de julho de 2013

Da escrita e da vida

Há tempos venho me desencontrando das palavras. Antes a escrita era fácil, transformava os pensamentos em sentimentos, eu me entendia melhor enquanto versava em prosa ou poesia. Foi o meio que encontrei de me aperfeiçoar ( não é à toa que digo que escrever é o meu aprimoramento). A leitura também viabiliza esse entendimento. Quanto mais leio, mais sinto e melhor organizo as minhas ideias por vezes confusas.

Fazendo uma análise superficial sobre a presença/ ausência daquilo que chamam inspiração, creio que a construção da escrita não se justifica apenas assim ou pela criatividade. 
Escrever sempre foi para mim uma questão de identidade e de reconhecimento. De autoanálise. Isso ficou claro para mim quando passei por momentos difíceis. Segundo críticas, escrevo melhor quando estou triste. 

E quando pareço perdida? Não consigo elaborar nada muito denso ou extenso. Apenas frases soltas, indefinidas e vagas, vezenquando uma poesia que escrevo, posto e imediatamente desgosto. Estou deixando acontecer. 


Mudei de casa, ainda há caixas espalhadas. 
O endereço é outro e não há placas. 
O novo assusta, mas não é de todo ruim.
Apesar do descompasso, restam palavras.
Estou ordenando tudo dentro de mim. 

Página em branco



Na página em branco cabe uma rima,
cabe uma frase feita, cabe um clichê
cabe um verso simples e uma estrofe inteira
cabem palavras escritas sem porquês

cabem sonhos, vazios, abismos
cabe até o silêncio do não-dito
porque às vezes na página em branco
não cabe tudo o que sinto

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Nossos corpos tão próximos criam atrito, já vejo as faíscas:
o fogo que se alastra apagamos com saliva.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Flamengo


...E chorei. Às 9:00h de uma manhã tão ensolarada como só a de um domingo consegue ser. Não sei dizer se o que senti foi falta ou tristeza. Ou a certeza de que talvez eu não viva novamente aquilo que vivi ali.
Os tempos mudaram. Eu também mudei. Não sei se achei o meu lugar. Não sei ao certo no que acredito. 

E julho insiste em provar que inverno não é só cinza e frio. O céu está divinamente azul e límpido. Me perco no horizonte infinito. A gente não sabe mesmo onde vai dar: 

e ainda assim seguimos.

(trecho de um diário de bordo)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Gotas

Gêmeos é roda dos ventos. Todo sentido é lugar. Toda direção é abrigo. E sem saber onde chegar, faz da morada caminho.

*

Dentro dos silêncios encontro refúgio. Semeio a palavra no vazio do não-dito. E o sentimento brota: fruto.

*



(Em 29/06/2013)

Que seja

Que seja dor, que seja amor, que seja além. 
Que traga paz, que traga cor, que faça bem.
Amanhã recomeço, o dia primeiro de um mês inteiro pra gente tecer.
Já morri muito nessa vida mas minha escolha preferida é sobreviver.
Que venha em escala cinza:
vou pintar tudo com alegria

(Em 30/06/2013)