terça-feira, 20 de novembro de 2012


Um punhado de chuva caiu na hora em que virei as costas e decidi, sem você, seguir. A roupa molhada, o vento frio eriçando os meus pêlos, bagunçando, além dos meus cabelos, as palavras. Os dentes batiam enquanto na urgência de calor eu me abraçava. Sozinha, talvez. Mas não solitária. 

Um punhado de areia foi lançado em minha direção enquanto eu caminhava. No desespero da aparente cegueira, meus olhos eu esfregava, mal sabendo que um grão, na miudeza do seu ser, ao incomodar,  fazendo doer, só nos deixa em paz quando cerramos os cílios, transbordando d'água, deixando a lágrima escorrer. O grão de areia vai embora nessa sutileza. Se é choro ou chuva, tanto faz . Deixa ser: que leve embora a tristeza e não deixe voltá-la mais.

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