O que eu queria te contar é que, depois de uma semana de calor intenso e desconforto, a chuva decidiu transbordar há pouco, quando tirei meus sapatos de salto, enchi meu copo com álcool, e resolvi, descalça e nua, seguir uma nova trajetória. Coloquei a cadeira do lado contrário, afastei as minhas pernas, muito mal comportada, bem sei. De toda e qualquer amarra quero distância. Para elas estou fechada. Não há jeito certo de seguir. Há jeitos. Tortos, confusos, estranhos. Jeitos. Há escolhas. E a escolha que eu faço, reiterada e diariamente, é sentir.
E depois de deixar a água da chuva escorrer pelos meus cabelos, limpando, além do corpo, tantas mágoas, digo que a única coisa que quero vestir de hoje em diante é a paixão.
Pés descalços, mente limpa, vazia de qualquer ilusão.
Sei que me inspiro. Respiro a poesia a cada batida do meu coração.
Estou completa.
(Nada falta quando a alma está liberta).
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