"Square one, my slate is clear/ Rest your head on me, my dear/ It took a world of trouble, it took a world of tears/ It took a long time to get back here."
(Tom Petty)
Passado? Não penso nele com saudosismo, sequer melancolia. Olho com orgulho simplesmente. Não é sempre que você olha para o resultado da sua vida e pensa que valeu a pena. Cada dor, cada lágrima, cada ferida. Negativas, não é? Sempre pessimista com um quê de falsa sabedoria. E eu não sei de mais nada.
E eu me indagava sobre a fuga das ideias expostas em versos ou prosa, quando apenas elas conseguiam me expressar, me definir, me encantar. Ausências. Sequer falta inspiração...Às vezes o que a gente sente não cabe em palavras. Já não sei mais se quero que, em escrevendo, me dissequem, me decifrem, me devorem. Ah, as palavras...desde sempre presentes, mesmo distantes. E isso apavora.
Então não me leia. Não busque nas minhas palavras as coordenadas sobre a minha vida. Não tente compreender, não queira saber. A minha melhor parte não está à mostra. Períodos, frases e orações, nem mesmo os melhores versos de uma poesia, ou as mais belas canções irão pôr um fim a qualquer interrogação.
Se quiser realmente saber quem eu sou, fecha os olhos para a escrita.
Só me olha. E sinta.
Lindo! Exatamente isso: sentimos você em cada palavra. Como sinestesia, você entrelaça todos os planos sensoriais: a visão (observando suas palavras sentirem), o paladar (sentindo o gosto de suas emoções), o olfato (respirando cada fumaça de cigarro, cada suspiro de suas criações), a audição (escutando suas prosas e poesias e contos e crônicas gritarem, clamarem, chorarem, gargalharem) e, por fim, o tato (abraçando cada letra, acolhendo você, abrigando e te levando a um refúgio feliz, onde há felicidade e tristeza. Onde há o país maravilhoso de Carla. Olhe, lá vem o coelho, persiga-o, o Chapeleiro está a espera de um chá das 5 com você! Enjoy yourself! :)
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