sábado, 15 de outubro de 2011


"Square one, my slate is clear/ Rest your head on me, my dear/ It took a world of trouble, it took a world of tears/ It took a long time to get back here."

(Tom Petty)


Passado? Não penso nele com saudosismo, sequer melancolia. Olho com orgulho simplesmente. Não é sempre que você olha para o resultado da sua vida e pensa que valeu a pena. Cada dor, cada lágrima, cada ferida. Negativas, não é? Sempre pessimista com um quê de falsa sabedoria. E eu não sei de mais nada.
E eu me indagava sobre a fuga das ideias expostas em versos ou prosa, quando apenas elas conseguiam me expressar, me definir, me encantar. Ausências. Sequer falta inspiração...Às vezes o que a gente sente não cabe em palavras. Já não sei mais se quero que, em escrevendo, me dissequem, me decifrem, me devorem. Ah, as palavras...desde sempre presentes, mesmo distantes. E isso apavora.

Então não me leia. Não busque nas minhas palavras as coordenadas sobre a minha vida. Não tente compreender, não queira saber. A minha melhor parte não está à mostra. Períodos, frases e orações, nem mesmo os melhores versos de uma poesia, ou as mais belas canções irão pôr um fim a qualquer interrogação.

Se quiser realmente saber quem eu sou, fecha os olhos para a escrita.

Só me olha. E sinta.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vontade de sair correndo por aí. Assim, sem motivo nenhum, só por correr. Já se foi o tempo de buscar sentido onde não há. Nunca haverá. 
She looks like a real thing. 
Parece, o sentido é a gente quem dá. Ao amor, à dor, à vida. 

Enlouquecer também é se libertar: perder é se encontrar.

But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run
It wears me out
It wears me out 
It wears me out
It wears me out
If I could be who you wanted
If I could be who you wanted
All the time, all the time...

No surprises

"This is my final fit, my final bellyache with."

(Thom Yorke)



She found out her pieces
While he stared at the moon
'He was never aware', she said
But nobody listened
'It doesn't matter, anyway'.

He always looked at her amazed
By her beauty and unexpected wisdom
But he never really saw
That she never needed companionship
Not even love
What she needed, more than everything
Was freedom


She was tied by his lies
And she knew it was hard
The hurt and the pain that she chose
By the time she fell in love
She got down on her knees
It couldn't be right
Things just weren't the same
Like the full moon painting the dark sky
It's warm out there and cold inside

Everything she used to be proud of
Everything that made some sense
Fell into pieces and soiled the floor
Everything became trash
By the time he walked out that door

Tears drop from her face
You may ask : again?
Again, because there will be a time
When the salt touch her lips
And she close her eyes
She will realize
She will know who she is
She really is worthwhile

Sweetheart, by being trapped to him
You'll learn well how to set you free



sábado, 8 de outubro de 2011

Outubro

Estou tão cansada que mal consigo coordenar as palavras. Larguei as roupas pelo chão, abri o chuveiro e deixei a água correr pelo meu corpo. Fechei os olhos, tentei não pensar em nada. Só pensava. De tão exausta, me rendi: adormeci com os pingos caindo sobre mim. 
Que vergonha, meu Deus, que vergonha! De me sentir tão perdida e só, abraçando meus joelhos numa tentativa vã de refúgio, implorando silenciosamente por um sinal,  uma luz, um milagre, quem sabe. A que ponto cheguei. Eu, que não acredito em nada, procuro algum sentido, algo no qual eu possa me consolar em momentos assim, tão desesperados e vazios. O tempo passa e tudo fere com mais intensidade.

E só sobrou essa cinza sobre a mesa. E só restou o gosto amargo do cigarro. 


Não é que eu esteja triste. Apenas escolhi melhor com quem compartilhar minha felicidade.

Se algumas escolhas doem...? Deixa doer. Esse é o preço que se paga por ter a chance de, apesar de tudo, (sobre) viver.

Oh, mother, I can feel the soil falling over my head