Estou tão cansada que mal consigo coordenar as palavras. Larguei as roupas pelo chão, abri o chuveiro e deixei a água correr pelo meu corpo. Fechei os olhos, tentei não pensar em nada. Só pensava. De tão exausta, me rendi: adormeci com os pingos caindo sobre mim.
Que vergonha, meu Deus, que vergonha! De me sentir tão perdida e só, abraçando meus joelhos numa tentativa vã de refúgio, implorando silenciosamente por um sinal, uma luz, um milagre, quem sabe. A que ponto cheguei. Eu, que não acredito em nada, procuro algum sentido, algo no qual eu possa me consolar em momentos assim, tão desesperados e vazios. O tempo passa e tudo fere com mais intensidade.
E só sobrou essa cinza sobre a mesa. E só restou o gosto amargo do cigarro.
Não é que eu esteja triste. Apenas escolhi melhor com quem compartilhar minha felicidade.
Se algumas escolhas doem...? Deixa doer. Esse é o preço que se paga por ter a chance de, apesar de tudo, (sobre) viver.
Oh, mother, I can feel the soil falling over my head
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