segunda-feira, 27 de junho de 2011


O cinza da estação anoitece nossos dias
A iluminação é escassa, as cores se entristecem
A ausência de calor traz uma languidez incontida
Uma persistente dor, uma irreparável melancolia

Quando o frio penetra a casa inteira
Um mero abraço não mais basta para aquecer
Nem taças de vinho, meias de lã, colchas de retalhos
Nem mesmo o repouso perto da lareira

O que flameja em mim são as ideias
O que me arde e sustenta são sentimentos
A arte, forma mais bela de entender a vida:
eis o fogo que me queima, o meu alento.

Só a poesia abriga.


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