sexta-feira, 9 de julho de 2010

Da noite


Eu me lembro bem dessa sensação
Ao impulsionar o corpo pela janela
Projetando o rosto, fechando os olhos...
Respirar fundo e tragar a noite
Sentir falta das estrelas no céu
Mesmo com a cidade estando toda acesa
Horas a fio, a observar o silêncio
Compartilhando a alegria e a tristeza.

Certos vícios não perdemos - apenas esquecemos.

É possível sentir o cheiro do vento?
O aroma familiar da saudade,
das coisas novas (agora antigas),
torcendo por um bocado de chuva,
ouvindo Daysleeper em noites não - dormidas.
"I cried the other night, I can't even say why..."

Ou ficar no telefone encarando a escuridão
Com aquele que, até então, era amor pra toda a vida.

Certas certezas não acabam - apenas mudam.

E sob esse mesmo céu nublado
Numa dessas noites mais frias
Com gotas de chuva escorrendo pelo rosto
Me perguntando se a felicidade existia,
se era um pouco de amor ou era mais vaidade,
se era maior do que aquilo que eu sentia...
Se era verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário