sexta-feira, 9 de julho de 2021

Uma das memórias mais recorrentes da minha infância é a sensação que eu tinha ao dançar. Gostava tanto, embora sem jeito, que durante muito tempo tudo o que eu queria ser quando crescesse era bailarina.

Há muito não danço.
Há muito não reconheço em mim muitas das coisas que eu pensava que me eram inerentes.
Paixões que nunca seriam abandonadas, como a escrita, minha dança adulta, a dança das palavras.

Caio escreveu que se sentia cada vez mais só. E esse pensamento não me larga. Porque tem sido tão difícil estar na minha cabeça nos últimos tempos, que seria quase cruel despejar tudo isso no outro. 

Porque não preciso ser aconselhada ou compreendida. 
Eu sei dançar sozinha.

(Mas é bonito quando a música toca e, num convite, te estendem a mão)

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