sexta-feira, 30 de julho de 2021


Her mocking smile says it all
She records the rise and fall
Of every soldier passing
But the only soldier now is me
I'm fighting things I cannot see
I think it's called my destiny
That I am changing

terça-feira, 27 de julho de 2021

Tenho pensado na infância. Nas festas julinas, quadrilhas e fumaça. Festas de aniversário, brincadeiras na rua, carnaval e o medo dos pierrôs. 
Tenho pensado no quintal de casa, tão maior e infinito nas minhas memórias, o pé de jambo que eu desbravava sem receio, o tapete rosa que coloria o chão. 
Tenho pensado nas idas para a escola. A primeira vez, sem mochila, levando o material numa sacola de pão. Lembro de acordar cedo e, depois de algum tempo, fazer meu chá sozinha e esperar a hora de sair vendo desenhos na televisão.
Tenho pensado no Natal. Na alegria de enfeitar a casa, dos presentes, das visitas. E o barulho dos fogos, as sementes de romã.

Tenho pensado nas viagens de carro ao Nordeste. As paisagens, os fins de tarde, cada amanhecer.
Um bocado de memórias que eu revisito
Para me manter desperta, atenta e otimista.
Para guardar o melhor dos meus dias.
Com a fé de que outros ainda melhores virão.


Ao som de Marcelo Camelo

Eu atravessava os fins de tarde no Rio
A Baía da Guanabara, dentro das barcas, com fones no ouvido
E dava tempo de ver o sol indo embora
Por dentro parecia que cabia mesmo o infinito
A eternidade naquelas horas
Que pareciam repetidas
Mas eram sempre, sempre novas
Porque a paisagem era inédita
E eu me sentia mais completa
Com aquela trilha sonora


"É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final"







sexta-feira, 9 de julho de 2021

Uma das memórias mais recorrentes da minha infância é a sensação que eu tinha ao dançar. Gostava tanto, embora sem jeito, que durante muito tempo tudo o que eu queria ser quando crescesse era bailarina.

Há muito não danço.
Há muito não reconheço em mim muitas das coisas que eu pensava que me eram inerentes.
Paixões que nunca seriam abandonadas, como a escrita, minha dança adulta, a dança das palavras.

Caio escreveu que se sentia cada vez mais só. E esse pensamento não me larga. Porque tem sido tão difícil estar na minha cabeça nos últimos tempos, que seria quase cruel despejar tudo isso no outro. 

Porque não preciso ser aconselhada ou compreendida. 
Eu sei dançar sozinha.

(Mas é bonito quando a música toca e, num convite, te estendem a mão)