Tenho pensado na infância. Nas festas julinas, quadrilhas e fumaça. Festas de aniversário, brincadeiras na rua, carnaval e o medo dos pierrôs.
Tenho pensado no quintal de casa, tão maior e infinito nas minhas memórias, o pé de jambo que eu desbravava sem receio, o tapete rosa que coloria o chão.
Tenho pensado nas idas para a escola. A primeira vez, sem mochila, levando o material numa sacola de pão. Lembro de acordar cedo e, depois de algum tempo, fazer meu chá sozinha e esperar a hora de sair vendo desenhos na televisão.
Tenho pensado no Natal. Na alegria de enfeitar a casa, dos presentes, das visitas. E o barulho dos fogos, as sementes de romã.
Tenho pensado nas viagens de carro ao Nordeste. As paisagens, os fins de tarde, cada amanhecer.
Um bocado de memórias que eu revisito
Para me manter desperta, atenta e otimista.
Para guardar o melhor dos meus dias.
Com a fé de que outros ainda melhores virão.