segunda-feira, 20 de abril de 2020

Vou me apegar aos poucos, porém firmes, laços de esperança que mantém a minha lucidez - quase - intacta. Experimento a alternância de sentimentos: ora choro copiosamente, ora gargalho; ora me preocupo, ora me distraio. E vivo um dia de cada vez entre quatro paredes, da cozinha para o quarto, vendo tv, ouvindo música, lendo um livro, me mantendo informada sem sucumbir ao cinza desses tempos, retrato da vida refletida nos noticiários.

Hoje falei com alguns dos meus melhores amigos. Todos juntos. Quando estávamos na mesma cidade, o encontro era fácil, quase habitual. Aos poucos foi ficando mais raro. A justificativa? Em suma, falta de tempo. A famigerada falta de tempo que culminou num forte distanciamento, resolvido apenas ano passado. Ironicamente, hoje temos todo o tempo do mundo, precisamos uns dos outros, mas não podemos estar lado a lado. 

Em meio a tantas dúvidas, de uma coisa estou certa: o que estamos vivenciando veio para transformar. Separar o joio do trigo. Alinhar nossos valores. Voltar o nosso olhar ao que nos faz sentir, ao que nos dá sentido, ao que realmente importa.

O que é verdadeiro, permanecerá. 
O resto caberá ao tempo. 
Tempo esse que temos de sobra. 

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