É madrugada. Acabo de desativar minha conta no twitter, depois de ler uma carta do Caio Fernando de que sempre gostei. Talvez não haja conexão entre uma coisa e outra, mas lá no fundo do fundo do fundo, aquelas palavras me despertaram.
Passei a viver num estado de constante alerta, tensão, medo. O medo de estar perdendo. A urgência de ter o controle.
Quando comecei a leitura, fui transportada para outra época.
2010, para ser mais exata.
E senti um alívio tão intenso quanto incômodo.
Em tempos de incertezas, é muito difícil olhar pra frente sem se angustiar. Estar no presente é uma tarefa árdua, porque o desespero parece iminente e o trágico muito perto de chegar.
Por isso decidi me desconectar. Para me permitir experimentar a vida real com todas as suas nuances. Sem análises, sem filtros, sem escapes. Eu não quero fincar bandeiras, não quero mais convencer ninguém, nem quero buscar nos outros um endosso para o que eu penso. Eu sei quem sou e eu sou o que acredito. E precisei da literatura (ela, tão esquecida) pra me lembrar disso.
Aí meus olhos se permitiram chorar. Pela beleza do texto, pela transitoriedade da vida, pela reflexão inusitada.
Nada é. Tudo está.
E isso também vai passar.
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