sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Anunciação

Um sonho lúcido no último dia de janeiro. 
No meio da tarde, as folhas dançavam com o passar do vento, o sol me invadia, eu fitava o céu de um azul tão limpo. 

Fechei os olhos 

Então havia a casa, que não era conhecida, e um verde novo, jamais visto.
Tudo em volta era bonito. E a sensação era de plenitude, de pertencimento, de abrigo.
Queria sair para desbravar, mas algo impedia. Eu tinha que esperar.

E de repente tudo me soava familiar. Rostos e cheiros e muros e árvores e raios do dia mais ensolarado que eu jamais pensei poder testemunhar.

A água da cacimba era mais límpida. E a poeira da estrada levantava, terra batida.

A chuva (in)esperada caía sem intimidar o sol, que resistia. E de mãos dadas desenhavam no ar uma bandeira multicolorida.

Uma música desde sempre conhecida começava a tocar.

"Na bruma leve das paixões que vem de dentro..."

O sonho não era apenas um sonho. Era um prenúncio. Um poema. Um sinal.

Eu não queria acordar.




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