"E porque não dissemos nada, não podemos dizer nada." (Maiakovski)
Mergulhei em meus silêncios para enfim admitir que me escondi nos meus textos por muito tempo. Tempo demais.
Das figuras de linguagem, gostava das metáforas.
Dizer o que precisava ser dito, minimizando a exposição, procurando escolher com precisão as palavras.
Isso me custou tanto, estou exausta.
Porque do sentimento não se esquiva.
E aprendi que tudo começa com um pensamento (menos com a terapia, mais com a lisergia).
Dava voltas e voltas ao meu redor quando o que eu precisava mesmo era mergulhar nesse abismo sem fim. Nesse caleidoscópio de emoções complexas e contraditórias.
Eu, dentro de mim.
Sempre fui comedida porque tinha receio de ser exposta. Nunca quis me perguntar: sempre tive pavor da resposta. Perdi muito e me blindei. Por medo.
Medo.
Medo.
Medo.
Agora rascunho essas palavras na página em branco. E repito na frente do espelho (três vezes para exorcizar).
Essa busca exige de mim mais força do que eu poderia imaginar (lágrimas caem enquanto escrevo).
Não posso mais desenhar meus versos só pelo egoísmo de rimar.
Eu preciso de mais. Preciso da liberdade de ser.
Porque coragem mesmo é se enfrentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário