sábado, 1 de setembro de 2018

Setembro tem uma beleza delicada que renova os ares pesados de agosto. A despedida do mês do desgosto foi um soco no estômago. Agosto findou deixando lágrimas e luto e raiva. 
Setembro é a retomada do fôlego.
Sinto que, aos poucos, volto a respirar.

"De tão azul, o céu parecerá pintado. E nós embarcaremos logo rumo à ilhas Cíclades.
Houvesse cortinas no quarto, elas tremulariam com a brisa entrando pelas janelas abertas, de manhã bem cedo. Acordei sem a menor dificuldade, espiei a rua em silêncio, muito limpa, as azaléias vermelhas e brancas todas floridas. Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. O ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. Setembro estava chegando enfim." (Caio Fernando Abreu in Quando Setembro Vier)

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