quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Porto Murtinho

Todas as lembranças me invadem com clareza. Ainda estou sentada na varanda, observando o correr raro dos carros na estrada de barro,  à espreita. 
Fazia longas caminhadas margeando o rio, contemplando os pores de sol, guardando para sempre a paisagem. Eram outros tempos, mais simples, repletos de leveza e verdade.
Consigo sentir o frio de julho, o cinza daqueles dias não me entristecia. Eu amava a cidade, suas nuances, suas cores, seu clima. A praça, a escola, as festas, o fim de infância mais bem vivido que eu poderia desejar. Tinha amigos, uma bicicleta, tereré e a melhor trilha sonora para embalar.
Eu sabia que uma história de amor iria começar no segundo que coloquei meus pés ali. 
Eu senti:
Era impossível ser menos que feliz.