Nunca tinha ouvido Rubel naquela varanda, depois do expediente, tomando uma cerveja e acendendo um cigarro para me inspirar.
Nem colocado roupa na máquina ou água no fogo para fazer o chá.
Nem mesmo escrito qualquer coisa para falar sobre o vazio ou o silêncio numa carta para ninguém.
Eu não guardei um pôr do sol.
Eu não desfiz as malas.
Não arrumei a casa.
Eu só senti falta.
Essa mesma falta que é um pouquinho triste mas também bonita.
Que dança, com leveza, no meu peito.
Porque eu não inventei nenhuma memória.
Sinto tudo como se fosse ontem.
Mas a saudade...
Essa saudade eu conjugo no agora.