O tempo nos atravessa apressado, mas o coração preserva quem foi importante pra gente. Você foi generoso, atencioso, cuidadoso, preocupado comigo numa época em que poucos se importavam. Eu, líder da minha turma, que enfrentava alguns problemas no último ano do ensino médio, te chamei para uma reunião e expus (com um pouco de agressividade, é verdade) a situação desigual em que a sala se encontrava em comparação às outras. Você pacientemente ouviu. E guardo as suas palavras até hoje: 'Carla, antes de qualquer coisa, você se convenceu a fazer Direito, né? Porque eu já estou convencido.' Você me encorajou, me estimulou a escrever, me colocou pra cima quando eu queria desistir. Fui acolhida. Você dirigiu o Riachuelo com maestria. Fez dos seus alunos sua família. Não tenho palavras para agradecer. Peço a Deus que te acolha e que dê força aos seus. Estou muito triste, porém me sinto grata de ter tido um líder como você na minha vida. Jamais vou te esquecer, Eduardo.
terça-feira, 31 de julho de 2018
sábado, 28 de julho de 2018
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Lua na casa 12
Nada faz muito sentido, mas a sensação de abandono é real. Abraço forte a minha solidão, enquanto mergulho fundo em meus abismos.
Poços escuros me invadem, sou arrebatada pelos vazios.
Silencio.
Estou a sós comigo.
"I feel it
It's coming
Rain"
It's coming
Rain"
Não me habituei à mudança de estação
É julho por aqui, mas o sol flameja
É o ápice do verão
De repente, uma nuvem negra rasgou o céu
O silêncio da noite foi cortado pelo som do trovão
Cai uma chuva forte lá fora
Intensa
Inesperada
Daquela cinematográfica
Tamanho o meu descompasso com a cidade, pasme
Mal acreditei que era verdade
Sempre estive alinhada com o clima
Nos dias sombrios, as lágrimas, como as gotas d'água, também caíam
Naqueles mais bonitos, tudo em volta iluminava
Mas hoje, hoje olhei pela janela
E me apropriei da minha identidade
Fechei meus olhos
Respirei fundo
Quase me esqueci que nesse mundo
Eu também sou tempestade
sábado, 21 de julho de 2018
Eu senti saudade da gente. E rememorei nossa história, de trás pra frente. A nossa primeira fotografia, os bilhetes deixados pela casa, a nossa sintonia. Aquela urgência de contato, o conforto do abraço, a nossa incapacidade de assistir aos filmes sem dormir.
O que pouco importava, porque o final era sempre feliz.
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Lembro dos nossos encontros regados a álcool e cigarros, de estarmos a sós e nos bastarmos. O mundo inteiro era nada sem você ao meu lado. Lembro das conversas na banheira, das nossas idas ao cinema, dos nossos banhos demorados.
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Lembro da nossa primeira viagem juntos de carro, das músicas que ouvíamos como trilha, de achar lindo você na cozinha preparando o nosso jantar. Lembro das nossas risadas e das (muitas) vezes em que foi inevitável chorar.
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Em meio à distância e à saudade, entre sorrisos e lágrimas, fiz as malas, porque eu sempre soube que era você.
Tudo o que eu conhecia assumiu outro significado ao te ter. Você se tornou o meu lar.
São 7 anos de encantamento, cumplicidade e aprendizado
Esse amor só aumentou com o passar do tempo
Dividir a minha vida com você é um privilégio
Você é meu abrigo
Meu melhor amigo
Meu par perfeito.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Encarei a tela em branco tentando encontrar as palavras certas para ressignificar a ideia de amizade.
Meus amigos sempre foram minha família, meu suporte emocional, meu resgate de mim mesma quando eu navegava às cegas, atravessando os altos e baixos da vida.
Por mais doloroso que seja admitir, as pessoas se perdem. Eu costumava buscar, ir atrás, insistir. E ficava desolada ante os silêncios. Percebi, com certa tristeza, que afeto não se força nem se apressa. Como Caio Fernando escreveu, amizade, assim como amor, também enche de erva daninha.
Amizade desconhece barreiras, limites, fronteiras. Amizade transcende.
Talvez esse texto fuja um pouco dos clichês comuns a esse dia.
Conto nos dedos os amigos que resistiram ao correr do tempo.
Sou grata por aqueles que podendo ir, permaneceram.
Porque amizade é presença.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Sigo aprendendo.
Abraço, com gratidão, cada momento.
Dei o meu jeito de colher flores em jardins de cimento
Transformei o sofrimento em palavras
Transmutei as dores em crescimento
Vou me entregando à vida sem resistência, com empatia
Faço do ato de respirar a minha rima mais bonita
Permito a mim ser inteira
É meu jeito de fazer poesia
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Quadro verde
Nunca tinha ouvido Rubel naquela varanda, depois do expediente, tomando uma cerveja e acendendo um cigarro para me inspirar.
Nem colocado roupa na máquina ou água no fogo para fazer o chá.
Nem mesmo escrito qualquer coisa para falar sobre o vazio ou o silêncio numa carta para ninguém.
Eu não guardei um pôr do sol.
Eu não desfiz as malas.
Não arrumei a casa.
Eu só senti falta.
Essa mesma falta que é um pouquinho triste mas também bonita.
Que dança, com leveza, no meu peito.
Porque eu não inventei nenhuma memória.
Sinto tudo como se fosse ontem.
Mas a saudade...
Essa saudade eu conjugo no agora.
domingo, 15 de julho de 2018
The Road Not Taken
Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
(Robert Frost)
terça-feira, 10 de julho de 2018
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
Eu sinto saudade quando ele não está por perto
E aí o vazio do quarto me toma por inteiro
Os dias mais comuns, com ele são inéditos
Não consigo explicar de outro jeito
Pra mim ele é perfeito
Ele me dá a mão
E me encanta com o seu mundo
Ele me faz querer ficar
Não preciso de muito
Eu tenho tudo quando ele está
segunda-feira, 9 de julho de 2018
Me chamavam flor de lótus e eu não compreendia. Achava a expressão bonita, pudera, esse hábito de enxergar o mundo com os olhos da poesia.
Mas eu olhava e não (me) via.
É sobre em meio à lama criar forças para crescer. É sobre não se resignar.
Bruta flor, a sós, eu brotei
Respeitei o tempo necessário para maturar
Pétala por pétala, apesar da dor, eu me transformei
Sou o que me cabe ser
É o meu jeito de desabrochar.
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