Há 7 anos eu finalizava o último dia de capacitação para o meu primeiro estágio na área de Direito, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Havia sido designada para trabalhar na Vara de Execuções Penais. Lembro que era cerca de 17h da tarde e achei conveniente aproveitar que já estava nas dependências do fórum para conhecer o local onde eu iria realizar minhas atividades. Fui até lá, conversei com um dos diretores de um determinado setor, e ele pediu para que eu aguardasse num outro departamento, para me apresentar àquele que seria meu supervisor. Chegando lá, fui atendida pela secretária, que me pediu para esperar um pouco pois o diretor estava em almoço. 'Almoço?', pensei. 'Mas são quase 18h da tarde...'
Eis que algum tempo depois ele aparece. Terno, gravata mostarda, cheiro de charuto, mascando chiclete. De uma seriedade absurda. Apertou minha mão e, dado o horário avançado, pediu para que eu iniciasse as atividades no dia seguinte, ocasião em que passaria os detalhes do trabalho.
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Hoje, dia 05 de abril, ele está dormindo ao meu lado.