terça-feira, 15 de maio de 2018


"Eu todo doído. Minha vida tá toda errada. Bodes em vários níveis, às vezes me sinto bombardeado de — sei lá o quê. (...) Poucas vezes a barra esteve tão pesada. No país, é isso que você vê. Cada vez pior. Ai, Emediato, pra onde a gente tá indo?" 
(Caio F.)




Mergulhando em poços cada vez mais fundos. Uma escuridão de dar gosto. A solidão invadindo. Retorno de Saturno? Aquela sensação de completo abandono. 
Mas há o apesar de tudo.

Aquela força vital que a gente só conhece quando chega ao próprio limite. Um impulso que nos empurra pra frente. Aquela luzinha esmaecida, mas insistente, que ilumina as nossas sombras e nos faz lembrar de que não é fraqueza estender as mãos e pedir ajuda. Isso é sinal de lucidez. Às vezes a vida se torna caótica e somos despreparados para lidar com quedas e rupturas.
Às vezes existir se torna um fardo demasiadamente pesado. A depressão não tem nada de leviano, não é sofrimento enfeitado.

As palavras são meu jeito de pedir socorro.
Escrevendo, me resgato de mim. 
Eu me sinto a salvo.