quarta-feira, 26 de outubro de 2016

"Diante da vida que é sublime
Ai, de quem se reprime
Se ausenta e nem tenta viver
Deve ficar olhando o mundo
E lamentando sozinho
Não quero ter letargia
Eu quero ser rodamoinho
Eu quero ser travessia
Eu quero abrir o meu caminho
Ser minha própria estrela-guia"
(Maria Bethânia in Salmo)

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Quando tudo está meio confuso no campo interno, tiro o pó dos móveis, passo o pano no chão, ouço Elliot Smith e aos poucos retomo meu centro. A maturidade ensina a economizar lágrimas, às vezes chorar não adianta nada.
Pode ser mania, um transtorno, quem sabe pouca lucidez, mas alcanço minha leveza desse jeito.
Organizo o que está ao alcance do meu olhar. Só para retomar a paz que falta por dentro.
"I never felt magic crazy as this
I never saw moons knew the meaning of the sea
I never held emotion in the palm of my hand
Or felt sweet breezes in the top of a tree
But now you're here"

(Nick Drake in Northern Sky)

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Que o nosso euteamo não seja só uma expressão repetida, fatigada pela rotina. Que seja todos os dias a nossa poesia mais bonita, a melhor forma de transpor em palavras a vastidão desse amor que não pode ser contido e  que precisa, por isso, transbordar.
Esse amor que grita aos quatro cantos:
'Sou feliz: não preciso de mais nada'
Esse amor tão intenso e tão imenso que não se cala.



(Eu te amo)
A long time ago
Você me disse para ser feliz
Nunca esqueci:
eu sou
Felicidade é poder compartilhar os altos e baixos da rotina. É dizer e entender tudo com apenas um olhar.
É, depois do cansaço, ter alguém para abraçar no fim do dia.
É ter com quem contar.

sábado, 15 de outubro de 2016


Mapas, bússolas, roteiros para uma nova estrada
Vontade de fechar os olhos e simplesmente ir
Me sinto uma estrangeira, arrumo minhas malas.
Às vezes bate uma imensa saudade de mim.
Às vezes me pego olhando para trás, observando cada caminho que percorri, os passos marcados no chão, as diversas histórias repletas de tudo e de tanto que eu escrevi. A passagem do tempo me invade.
Indago se fui eu mesma que vivi tudo isso, se eu mesma consegui, entre tropeços e acertos, chegar até aqui.

Sou tudo aquilo que eu me permiti:
Ser, viver e sentir.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Eu mudei. Ainda não sei dizer o quanto eu perdi para chegar onde estou, mas me sinto leve, sem pesos desnecessários dificultando o caminhar. Hoje eu entendo bem a minha dinâmica. Na última faxina, quase não havia roupas para doar, Minha caixa de email é cheia de filtros, minha lixeira está sempre vazia. 
Organizo, separo, seleciono, guardo, jogo fora ou repasso o que não me é mais útil. Quase todos os dias.
Nunca me preocupei com quantidade, mas sim com a qualidade de tudo na vida. Se não me serve, se  me prejudica, se não vem por bem, de boa vontade e para agregar, é mais que dispensável. 
Por muito tempo fui escrava do apego. Até que uma mudança drástica e repentina no meu estilo de vida me fez reavaliar todos os aspectos da minha rotina: o essencial mora na simplicidade. 
O resto é egoísmo. Apego. Vaidade.


Saudade também é pertencimento.

sábado, 1 de outubro de 2016

Gosto da realidade. Dos caminhos traçados e seus obstáculos, das flores e espinhos, dos percalços.
Eu vivo por sentir. 
E por isso mantenho meus pés descalços.
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.”
Amizade não é via de mão única, a gente só dá aquilo que a gente tem e, infelizmente, muitas vezes não é o bastante para despertar no outro a reciprocidade a gente sempre espera, mal ou bem.