Vivi durante muito tempo com a tristeza ancorada em meu peito. Desconhecia o esquecimento, não sabia deixar para trás; às dores eu tinha apego. Já acostumada, achava que aquele vazio por dentro me era inerente, indissociável, fazia parte. Passei a ter pavor de infelicidade. Quanto mais eu pensava em ser feliz, menos eu sabia.
Até que me dei conta, em meio à turbulenta rotina: quando deixei os medos de lado, sem (des)esperar, acolhi a genuína alegria.
Não sou, mas hoje estou feliz. Nada é tão efêmero que não possa simplesmente durar. Muito ou pouco, tanto faz. Eis a magia: eternizo meus momentos e agradeço a transitoriedade dos meus dias.