Seria apenas mais um transtorno recorrente, dramas burocráticos, estresse de filas intermináveis. Mas não foi.
Às cegas, tentava encontrar, mas nada havia além de um vazio. Como doi a perda. Como nos sentimos impotentes, frágeis e, sobretudo, distraídos. Estava ali: não mais. A gente se apega mesmo às pequenas coisas.
Meu coração estava taquicárdico. Meus olhos marejados ensaiavam um choro que era contido pela vaga esperança de achar. O que não importa agora, pois foi em vão. Me dei conta de que não foi a moeda, a medalha, a fotografia. Foi a mudança repentina no hábito, o desassossego, a ruptura da rotina.
Eu também estava perdida.
Me rendi às lágrimas: sobrou apenas a lembrança, a incompletude do que foi perdido e que agora faz uma inimaginável falta.