Setembro apressou os dias e deixou clara a noção do efêmero. Nada será igual. A mudança é constante e cabe a cada um colher a lição, preparar os olhos para um aprendizado sutil, mas essencial.
A vida é boa demais para se desperdiçar com mágoas. O perdão talvez seja minha meta mais urgente e clara. Sempre tive uma ótima memória para guardar ressentimentos, para revirar a ferida, para me doer, com a sensação de desamparo, como se eu fosse destinada a ser sozinha.
O fato é que passei a minha vida colecionando decepções por esperar demais. E hoje eu entendo a importância de apagar as más lembranças. É um exercício árduo e requer esforço diário. Tudo são escolhas. Para o bem e para o mal. A última cartada, a palavra de ordem é sempre nossa, afinal.
No fim das contas a única realidade que temos é a solidão. E tudo bem. O outro é apenas um caminho que a gente escolhe trilhar e o fazemos a sós. Amar é algo solitário. Não podemos exigir nada além daquilo que o outro pode oferecer. E se isso não nos apetece, há outras placas indicando novos destinos. Cabe a nós esse poder. Isso é liberdade. E liberdade é força motriz para (bem) viver.
(Grata pela luz em Setembro, pelos dias que iluminaram tudo e me aqueceram por dentro)