sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A menina

A menina é autoexplicativa, embora seja repleta de silêncios e entrelinhas.

É preciso saber para senti-la.
A menina não esconde o seu rosto, não esquiva olhares, não finge gostos. 
A menina é clara e concisa, consegue ser afável e ao mesmo tempo ferina.
A menina é feita de palavras em erupção, efervescência de sentimentos, pensamentos em exaustão.
Sensibilidade à flor do pulso, marcada na pele.  
A menina traz nos pés asas e tinta e papel nas mãos.

A menina observa para absorver.

A menina semeia palavras para sobreviver.
A menina, ela se reinventa todo dia.
Ela não amadurece ao se tornar uma mulher: a menina desabrocha quando se transforma em poesia.