quarta-feira, 30 de julho de 2014

Minha



Há alguns dias tenho tentado escrever na página em branco e o resultado, adivinhe: vários rascunhos. Começo os textos e não termino, parece que nada que escrevo acompanha de fato o que sinto. 


A poesia não acontece só no papel, acontece no dia a dia, no cotidiano, na vida. É mais uma questão de sensibilidade do que de inspiração. É de dentro para fora. 



Nunca tive a pretensão de ser a pessoa mais bonita, ou mais inteligente, ou qualquer coisa que não tivesse alguma relação com ser "mais feliz". Ser quem você é, apesar dos defeitos, e gostar do que se vê, enxergando muito além do espelho é o que todos precisam fazer para alcançar a felicidade. Sou coerente com o que vejo e sinto, diariamente me perdoo e faço as pazes comigo. Esse é o verdadeiro estado de liberdade. E isso me basta.


O sentido da vida é olhar para si mesmo e se enxergar de verdade. Não ser perfeito e se aceitar exatamente desse jeito é poético. É uma dádiva.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Mergulhar fundo nos abismos, naufragar por dentro, reconhecer a escassez e respeitá-la, abraçar a solidão, ficar a sós com o nada.  Intensidade. Sinto tudo por inteiro. Não nasci para as margens: eu, que já me segurei tanto nas bordas, vivo em profundidade. 




(a única salvação possível é a liberdade)









As palavras me aceitam como sou. Escrever é a minha forma de retribuição. Componho porque me doo. E me faço completa. Na dor, no amor: poesia é entrega.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Lindeza

Coisa linda, é mais que uma ideia louca
Ver-te ao alcance da boca
Eu nem posso acreditar

Coisa linda, minha humanidade cresce
Quando o mundo te oferece
e enfim te dás, tens lugar

Promessa e felicidade, festa da vontade
nítido farol, sinal novo sob o sol, vida mais real

Coisa linda, lua, lua, lua, lua
Sol, palavra, dança, nua, pluma, tela, pétala
Coisa linda, desejar-te desde sempre
ter-te agora um dia e sempre, uma alegria pra sempre

(Caetano Veloso)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O encontro das palavras é sempre inédito.
Não são apenas versos e rimas criando melodia.
A poesia é a busca por sentido
As letras são meu placebo, minha terapia.
Escrevo para suportar a vida.
Mas sou poeta (além de hipocondríaca).
As palavras me deixam em êxtase,
Com os nervos à flor da poesia
Paixão em punho, caneta e papel na mão
E o encanto surge: à primeira vista.

(escrevo mesmo é pelo frio na barriga)

Eat Pray Love



Attraversiamo

(Let's cross over)
Sou uma mulher em busca de sentido. Não tenho a pretensão de me definir com clichês, nem sou atormentada pelas crises de identidade. Sei quem sou. Não finjo. Choro, emudeço, grito. E aprendi tanto e de tantas formas a me respeitar que não fujo mais da dor. Disseco-a até o limite; aquele momento em que não há no mundo descrição adequada, que não há no vocabulário um termo que expresse o sentimento, quando apenas o silêncio é a resposta exata.


Sou uma mulher de abismos, de silêncios, de gritos. Sou uma mulher dos livros, dos pensamentos, dos signos do zodíaco. Sou uma mulher da terra, dos risos e das lágrimas. Sou uma mulher. Ponto. Porque sinto.



Sou uma mulher de (re)versos. 
Sou uma mulher de palavra(s).