A poesia de peito aberto e cara limpa. A relação honesta com os livros. A paz e a verdade que eu só encontro na escrita. E inspiração. Sempre. Para transformar o caos do que sinto no entendimento que só é possível com as palavras: escrevendo eu faço as pazes comigo.
domingo, 30 de março de 2014
"A vida é apenas uma ponte entre dois nadas e tenho pressa." (Caio F. in Pela Noite)
As setas não indicam avisos; sigo apenas o que sinto. Meus pés acompanham as marcas que foram deixadas no chão. O mundo já não me apavora. Os destinos são meus conhecidos. Pareço ter os mapas desenhados nas mãos, conheço as estradas lá fora por mera intuição. Pelas rotas tortuosas eu transito. Sou a minha própria direção. Como os sentimentos me habitam, sou também um lugar. Desconfortável, caótico e difícil. É árduo o percurso até mim. As placas nada avisam. Sou eu que digo: é no caminho de dentro que mora o perigo.
sábado, 22 de março de 2014
Tempo
Atravesso a manhã que mal começou com pressa. Ela está prestes a acabar. Sinto que os ponteiros estão cada vez mais velozes. Eu não caibo nesse dia. Apenas vejo o tempo passar. Há tempos não me olho no espelho. Quando isso acontece, percebo a presença de fios brancos ornando meus cabelos, rugas emoldurando meus olhos. 'Em vez de poetizar a velhice, preciso mesmo parar de fumar'. Penso, num rompante. Sequer consigo saber se pensei realmente ou se disse em voz alta. Preciso escrever. Preciso dormir. Há tempo? Tudo é frágil demais e desaparece conforme a vida segue. A vida abrange todas as pessoas. Eu não pertenço. Sinto aos poucos que estou me perdendo. Estou divagando, preciso correr sem tropeçar nas coisas, sem esbarrar nas pessoas. Minhas pernas parecem mais fracas. Um trago. Sinto que vou desmaiar. A cabeça pesa e os meus membros estão dormentes. Não posso cair. Não posso perder tempo. O que está acontecendo? Estou suando. Minhas mãos tremendo. Desapareço no meio do dia. Não há porque sonhar, afinal. Se há vida bastante em mim, sobra nos ponteiros. Eles me atingem. Abro os olhos: acabou o tempo.
domingo, 16 de março de 2014
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Vista da Baía de Guanabara. Niterói - RJ. |
"Lutei toda a minha vida contra a tendência ao devaneio, sempre sem jamais deixar que ele me levasse até as últimas águas. Mas o esforço de nadar contra a doce corrente tira parte de minha força vital. E, se lutando contra o devaneio, ganho no domínio da ação, perco interiormente uma coisa muito suave de se ser e que nada substitui. Mas um dia ainda hei de ir, sem me importar para onde o ir me levará."
(Clarice Lispector)
sábado, 15 de março de 2014
Irmão
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Príncipe. São Gonçalo - RJ. |
A melhor pessoa que conheci no mundo tem o mesmo sangue que eu correndo nas veias, o que me me faz acreditar que boas coisas podem acontecer e que eu posso sempre melhorar. Há 22 anos eu convivo com o meu irmão e uma das coisas mais bonitas desse relacionamento é a admiração que eu tenho. Não conheço e jamais conhecerei alguém tão próximo da perfeição como ser humano. Não é exagero dizer que ele é o melhor irmão do mundo. Tenho muito orgulho de dizer isso porque é mesmo verdade.
Escrevo isso porque somos parecidos e temos dificuldades em enxergar quem somos, por inúmeros motivos. Queria dizer apenas que fico feliz por ser alguém com quem você pode contar. Seja para dar conselhos sobre músicas ou sobre a vida. E que você esteja se tornando o homem que eu sempre imaginei que você seria. Essa é a minha visão sobre você. Obrigada por me fazer sentir importante. Estar com você só melhora o meu dia. Eu amo você. Você me enche de orgulho e alegria.
Para o meu irmão, Caio.
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